As negociações realizadas pelas centrais de compra dos supermercados mineiros sinalizam que os produtos estão mais caros. Apesar de manter o otimismo para as vendas de Natal, as redes supermercadistas já esbarram na elevação dos preços de importados e de derivados de commodities agrícolas. A saída encontrada tem sido a substituição de marcas e ampliação do mix de produtos nacionais, o que não tem evitado os repasses de preço para o consumidor final.
O presidente da Rede Unida, localizada em Juiz de Fora (Zona da Mata), Carlos Henrique Daniel, disse que alguns produtos já estão mais caros, principalmente os lastreados em commodities como soja, milho, trigo. "A elevação do dólar frente ao real deve impactar os importados típicos do período natalino", explicou.
Henrique Daniel, que coordena as compras de 16 supermercados da região, informou que a saída encontrada tem sido reduzir os pedidos dos produtos que estão com preços muito altos de forma a pressionar os fornecedores. "Como as compras são semanais, tentamos barganhar descontos e também comprar os itens que não estão tão caros para evitar os repasses para o consumidor final", analisou.
O sócio da Rede Biz, com sede em Uberaba (Triângulo Mineiro), Wagner dos Reis da Silva, disse que os preços estão mais altos e já têm de ser repassados para o consumidor final. "A percepção é mais aparente nos produtos importados e nos derivados de commodities agrícolas", avaliou.
Silva, que também é vice-presidente regional da Associação Mineira de Supermercados (Amis), revelou que as compras feitas para os 94 supermercados da região associados estão sendo realizadas de forma estratégica e dando prioridade aos produtos nacionais e àqueles que não tiveram alterações nos preços.
Poder de compra - A expectativa do dirigente para o Natal ainda é otimista, com projeção de elevação de 10% nas vendas deste ano na comparação com o mesmo período de 2007. Já para 2009, a perspectiva não é tão favorável porque, segundo Silva, os reflexos da crise serão maiores até mesmo sobre o poder de compra do consumidor.
O presidente da Rede Fácil, que congrega 18 supermercados da capital mineira e de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Gumercindo Alves Horta, disse que os preços já estão mais altos, principalmente o de enlatados. "Não há como absorver a elevação dos custos porque as margens são muito apertadas. Os repasses são inevitáveis e já estão sendo feitos", revelou.
Veículo: Diário do Comércio - MG