Em toda residência, escritório ou empresas são usados produtos para limpeza em geral. No mundo da química, eles são denominados domissanitários e apesar de muito úteis, muitas vezes podem colocar em risco a saúde de seus usuários, devido a desinformação quanto ao uso correto. A grande variedade de produtos de limpeza nas prateleiras dos supermercados funciona como um grande atrativo para os consumidores, mas as informações sobre o seu uso nem sempre são tão claras e nem os cuidados que precisam ser adotados durante o seu manuseio. O alerta é da diretora técnica da Ambicamp, Maria Luisa de Souza, com formação em Química e Biologia, que profissionalmente atua na orientação às empresas sobre a legislação em vigor e como deve ser a destinação correta dos resíduos químicos. Maria Luiza faz um alerta com relação aos cuidados que se deve tomar com relação ao consumo de produtos de limpeza caseiros.
Muitas vezes as pessoas ou até mesmo empresas compram pelo chamado custo x benefício, no entanto, o custo baixo pode sair caro. Segundo a especialista, esses produtos não têm registro no Ministério da Saúde e nem na Vigilância sanitária o que pode representar um risco para a saúde e para o meio ambiente. Esses produtos veem se proliferando no mercado por causa da questão financeira e se tornando muito conhecidos pelo fato de uma pessoa indicar para outra. Também ocorre um consumo grande por conta das empresas. "O que ocorre é que esse produto irregular sem registro e sem um responsável técnico por trás pode causar um sério problema a saúde. Muitas vezes as pessoas dão entrada em hospitais porque tiveram uma contaminação por coquetéis de produtos de limpeza e as embalagens muitas vezes são colocadas de forma aleatória na coleta pública misturando o resíduo orgânico , que é o lixo doméstico com produtos que não fazem parte dessa categoria, daqui vai para o esgoto, para o bueiro e consequentemente para o rio promovendo uma contaminação generalizada, diz Maria Luiza.
A especialista explica que o conceito de limpeza significa esfregar, desinfetar, polir, encerar, lavar e escovar e desta forma são eliminadas as manchas, fungos e bactérias. Dentre os produtos mais usados para a limpeza no Brasil, estão a água sanitária, que representa 7% do consumo, os desinfetantes, com 5%, os concentrados com 5% e os detergentes líquidos com 6%. Maria Luisa afirma que os usuários, em nenhuma hipótese, devem fazer misturas com produtos de limpeza, com o objetivo de se conseguir maior eficiência. Essa prática pode provocar uma intoxicação respiratória ou ainda descamação nas mãos ou nos pés. "Nas prateleiras de supermercados encontramos produtos chamados multiuso, alguns para limpeza pesada, desengordurantes e tira limo, entre outros, prometendo limpar sem esforço e ainda matar as bactérias. Esses produtos são compostos de produtos químicos muito fortes, com soda cáustica e potássica, portanto, os cuidados são importantes", esclarece a especialista.
Maria Luiza destaca que muitas vezes as pessoas adquirem produtos pelo preço, por cor ou pelo aroma agradável. Raramente se pode encontrar nos mercados pessoas lendo o rótulo de algum produto de limpeza. "Muitas vezes as pessoas acham que cheiro bom é porque vai limpar e não é bem assim. As pessoas também misturam produtos acreditando que isso vai potencializar a ação de limpeza e esse coquetel é extremamente perigoso", comenta. Um produto destinado a remover gordura incrustada acumulada e de difícil remoção, jamais deve ser usado para lavar piso ou lavar louça. O saponáceo, indicado para remover sujeira de superfícies lisas e de porcelana (louças e sanitários), não deve ser usado para limpar pisos ou lavar louças de cozinha.
Veículo: DCI