Networking, planejamento e estratégia sobre duas rodas

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No último sábado, Felipe Assunção, sócio da A2Z, empresa especializada na seleção e recrutamento de executivos, finalmente deixou sua moto descansar. Era o último dia de uma viagem de 4,3 mil quilômetros pelo sul e sudeste do País. Além de ser uma oportunidade para descansar, o passeio também é uma forma de se relacionar com outros profissionais e exercitar habilidades necessárias à vida de qualquer gestor, como planejamento e trabalho em equipe.

 

Acompanhado por outros colegas de aventura, Assunção explorou o interior dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As viagens já se tornam rotineiras para o grupo. Em março, eles percorreram a Argentina e o Chile, em uma aventura de 3,5 mil quilômetros. "Temos um grupo de amigos com a mesma paixão por motos", diz. "Combinamos com antecedência quando viajar e escolhemos alguma região que já conhecemos e que queremos visitar novamente ou um lugar que gostaríamos de conhecer." O grupo busca rotas alternativas e com muita paisagem.

 

Um dos companheiros de aventura de Assunção é Antônio Soalheiro, proprietário do Grupo Liza, que atua na área de confecção de roupas femininas. Duas ou três vezes por ano, ele faz uma viagem de moto, com duração de uma a duas semanas. O empresário, que antes de criar sua empresa trabalhou por 20 anos da IBM, conta que os passeios ocorrem tanto por asfalto quanto por terra. Por isso, as motos utilizadas são do modelo big trail. "Elas possuem alta cilindrada e podem andar em diversos tipos de terreno. Privilegiam o conforto em viagens longa distância", detalha Soalheiro.

 

Segundo Assunção, que já foi sócio de consultorias como Spencer Stuart e Korn/Ferry, a aventura sobre as duas rodas também tem lições a ensinar à vida empresarial. Afinal, as decisões de uma viagem como essa podem ser associadas aos diversos momentos em que também é preciso planejar, decidir ou fazer escolhas na vida profissional. "Do mesmo modo que o grupo decidiu ir para a Argentina, o profissional deve ter claro onde quer chegar, seja como meta pessoal ou projeto de sua equipe ou unidade. É preciso sempre ter uma realização factível à frente", declara.

 

Para ele, a estrada também ensina ao executivo a importância do trabalho em equipe. "Fundamental para a nossa viagem era a afinação do time, a compatibilidade entre todos os integrantes, que incorporaram o objetivo comum e se dispuseram a trabalhar eventuais discordâncias", revela, completando que isso também é verdadeiro na maior parte dos projetos corporativos. "É mais do que sabido que desacordos pessoais podem colocar todos os planos a perder." Segundo ele, para se aventurar sobre duas rodas ou atuar em uma empresa, também deve-se cumprir normas. "Todos precisavam concordar e seguir as regras estabelecidas pelo grupo, as definições que visavam preservar a integridade física dos viajantes e a convivência da equipe", diz. "Nesse sentido, as definições éticas de uma empresa e as regras estabelecidas no que concerne ao trabalho da equipe existem para que sejam observadas e permitam que todos sigam o mesmo caminho e alcancem o objetivo comum."

 

A divisão de responsabilidades é outra lição destacada. Assunção conta que esse foi um item fundamental em sua viagem pela Argentina. Afinal, cada membro do grupo deveria cuidar de algo que era indispensável para o conjunto e para o sucesso da aventura. "É preciso delegar, confiar na equipe, cobrar resultados e redefinir atribuições, caso revelem-se mal direcionadas", analisa. "O envolvimento e a motivação de todos estão na base da realização." Para ele, ter as competências adequadas, obviamente, também é importante. "Todos deveríamos entender de moto, saber resolver problemas básicos, ser exímios pilotos, entre outras qualidades intrínsecas à proposta. Não é preciso dizer o quanto a qualificação é importante para a ascensão na carreira e na realização de projetos", observa.

 

Mas todo o esforços e planejamento não tem muita valia se os participantes do empreendimento não tiverem satisfação pelos resultados. E isso, sem dúvida, se aplica tanto para o gestor de uma empresa quanto para o piloto de uma moto.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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