Associação também aumenta poder de negociação com a indústria.
Uma das principais tendências para o setor supermercadista do interior do Estado é a associação de várias unidades em rede, que funciona aos moldes de uma cooperativa. A estratégia se mostra particularmente importante em momento de crise, uma vez que ganham economia de escala e os pequenos melhores condições de competição e de negociação com a indústria.
De acordo com o vice-presidente da Rede Uai, Antônio Rogério de Souza, atualmente existem 22 lojas instaladas em 12 cidades da Zona da Mata. A previsão é que até o próximo ano sejam inauguradas mais 18 unidades, planos que não devem ser revistos mesmo com a turbulência econômica. Como as compras são realizadas em conjunto, há a possibilidade de negociar preços com os fornecedores.
Além disso, Souza afirmou que um pequeno empreendedor no mercado de supermercados não tem condições de contratar profissionais para prestar serviços jurídicos, contábeis e de recursos humanos, por exemplo. Mas a associação pode garantir este tipo de consultoria para os empreendedores. "As chances de sobrevivência dos negócios é maior quando as unidades operam em conjunto", destacou.
A escassez de crédito no mercado também não deve interferir nos planos de aumentar o número de lojas da Rede Uai, que busca incorporar parceiros que já estejam operando há mais de dois anos no mercado. Desta forma, os investimentos necessários para promover a inclusão seriam direcionados para a padronização visual dos supermercados.
Concorrência - O executivo afirmou que grandes redes da Capital estão começando a atuar também no interior. Os negócios, segundo ele, vêm dando bons resultados, com grande parte das associadas registrando mais de 100% de crescimento em vendas nos últimos cinco anos. A previsão é que as unidades alcancem uma expansão de 20% em 2008 frente ao ano passado. A média de faturamento das lojas é de R$ 150 mil mensais.
Com o mesmo tipo de funcionamento, a Comercial Pachá se prepara para lançar a Rede OK até dezembro deste ano. De acordo com o responsável pelo setor de compras da empresa, Assis Coelho, o poder de barganha representa o principal atrativo para este perfil de empreendimento. Atualmente existem três lojas em funcionamento em Manhuaçu e a estimativa é que nos próximos dois anos o número seja ampliado para 26 pontos-de-venda nas cidades próximas.
"Redes de outras regiões do Estado estão começando a entrar na nossa área. Quando estivermos funcionando em rede, a nossa chance de concorrer em pé de igualdade é muito maior", destacou. Segundo Coelho, as vendas não devem ser reduzidas devido à crise financeira. Um diferencial das unidades que já atuam na região é a fidelização do público.
Veículo: Diário do Comércio - MG