P&G anuncia fábrica de R$ 45 milhões em Alagoas

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Tarek Farahat, presidente da Procter & Gamble do Brasil, é mesmo um sujeito bem diferente. Em uma época de crise financeira, quando várias empresas brasileiras adiam projetos de investimento, ele esteve ontem em Maceió, com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, para assinar o protocolo de intenções da construção de uma fábrica de absorventes e fraldas de R$ 45 milhões. Depois da cerimônia, Tarek tirou o terno, colocou um calção, passeou pelas praias e foi satisfazer uma de suas manias: visitar farmácias e observar consumidores.

 

"O objetivo da Procter & Gamble do Brasil é ser a maior empresa de bens de consumo do dia-a-dia no país. Para isso precisamos estar perto do consumidor, produzindo perto de onde ele vive", afirma o executivo egípcio, há quatro anos no Brasil. "A longo prazo, queremos ter várias fábricas no país, uma em cada região", afirma. 
Hoje, a companhia tem quatro fábricas - em Louveira e Anchieta (SP), Salvador (BA) e Manaus (AM). 

 

A fábrica alagoana deve começar a ser construída em agosto do ano que vem no Pólo Multifabril de Marechal Deodoro, cidade a 25 quilômetros de Maceió. O terreno ainda está sendo escolhido, em parceria com o governo que montou um pacote de incentivos fiscais não detalhados. "Escolhemos o estado porque não há muitos investimentos por aqui. Estão mais concentrados em Pernambuco e na Bahia", diz. 

 

Hoje, 25% da produção de fraldas e 30% da de absorventes femininos da marca são consumidos no Norte e Nordeste. A idéia é inaugurar a fábrica com capacidade inicial para produzir o volume que o mercado local consome, transferindo a produção de Louveira. A fábrica do interior paulista, que até então responde por boa parte da produção nacional da empresa, deve, com a implantação de novas plantas, se tornar uma fabricante regional, como as outras. "Conforme o consumo for aumentando, vamos também elevando a produção", diz Tarek. 

 

A aposta em vendas maiores, segundo ele, é certa pois a produção local vai baratear os custos da empresa. "Os custos de frete, por exemplo, cobrem mil quilômetros de distância e encarecem o produto. Preço alto é o maior empecilho para o consumidor. Fabricando regionalmente, ofereceremos um artigo de alta categoria por um valor mais baixo." 

 

Além deste investimento, o presidente anunciou também que, no ano que vem,vai aumentar a capacidade de produção da quinta unidade produtiva da empresa, uma fábrica carioca de R$ 50 milhões. Em maio, Tarek também assinou com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral um protocolo de intenções para produzir no estado. "A linha de produção de xampus já está funcionando na unidade nova, que deve aumentar de capacidade em 2009 com um novo aporte que faremos", diz ele. 

 

Para Tarek Farahat, a crise é preocupante sim, mas não afeta os planos da Procter & Gamble, traçados para o Brasil desde a chegada da companhia no país, há 20 anos. "Essa não é a primeira e nem vai ser a última crise pela qual a economia mundial passa", afirma. "Com ou sem turbulências, o consumidor brasileiro vai continuar lavando os cabelos, tomando banho, escovando os dentes. Somos uma empresa de produtos de uso diário e isso nos beneficia." Mesmo que haja uma aperto nos cintos, o consumidor, segundo Tarek, ainda assim preferirá gastar seu dinheiro no "produto que entrega mais qualidade por real pago." 

 

No último ano fiscal, encerrado em julho de 2008, as vendas líquidas aumentaram 9% em relação ao último exercício e atingiram US$ 83,5 bilhões. Sem contar aquisições, as vendas cresceram 5%, se comparadas ao período anterior. Gillette, Oral-B, Duracell, Pampers e Always são algumas das 13 marcas da companhia no país. 

 

Veículo: Valor Econômico


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