O Carrefour, maior empresa de varejo da Europa, informou ontem que suas vendas globais cresceram 7% no terceiro trimestre, totalizando 24,7 bilhões de euros (US$ 31,8 bilhões). O número ficou ligeiramente acima das expectativas dos analistas. Além de uma maior demanda no mercado francês, as vendas no Brasil, Argentina e China contribuíram para o resultado.
"No Brasil, as vendas totais cresceram no terceiro trimestre 16,1% (em moeda local), com um aumento de 8,4% nas vendas em áreas comparáveis (na mesmas lojas existentes em igual período de 2007)", disse o Carrefour, em relatório divulgado ontem em Paris.
O Grupo Pão de Açúcar já havia informado que, no conceito "mesmas lojas", as suas vendas brutas cresceram 10,3%, enquanto suas receitas líquidas aumentaram 13,6% no terceiro trimestre. O resultado da empresa, que é sócia da varejista francesa Casino, foi melhor que o do Carrefour em áreas comparáveis de venda, o que mostra que a concorrência entre as varejistas acirrou-se no último trimestre. O Pão de Açúcar atribuiu o crescimento ao "incremento no tráfego de clientes e no tíquete médio".
Com a aquisição em 2007 do Atacadão, maior rede brasileira de atacado de auto-serviço, o Brasil passou a ser a segunda maior operação do Carrefour fora da França, atrás apenas da Espanha. O negócio também devolveu ao grupo francês a liderança do mercado brasileiro, superando o Grupo Pão de Açúcar e o Wal-Mart.
No terceiro trimestre, as vendas do Carrefour no Brasil totalizaram 2,23 bilhões de euros. Em toda América Latina, incluindo as operações na Argentina e Colômbia, a receita da multinacional francesa cresceu 20,2%, totalizando 3,2 bilhões de euros.
As ações do Carrefour subiram ontem 2,3% na Bolsa de Paris, para 27,75 euros, mas, neste ano, os papéis da varejista acumulam uma desvalorização de 48%. Os resultados de vendas foram divulgados após o fechamento do pregão parisiense.
Na França, que responde por quase a metade do faturamento da companhia, as vendas aumentaram 3,5%, superando as expectativas dos analistas de investimento. O Carrefour conteve a tendência de queda nas vendas com redução de preços para conquistar os consumidores, cujo poder de compra foi corroído pela inflação.
Veículo: Valor Econômico