Pressão sobre os custos com mão de obra e insumo, levam as indústrias a elevar seus preços em 8%.
Mesmo com a redução das expectativas de crescimento para este ano, as indústrias de papelão ondulado vão reajustar seus preços em 8%. O aumento deve começar a ser sentido entre os meses de junho e julho, segundo informa o presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), Ricardo Lacombe Trombini.
O reajuste será necessário, segundo Trombini, porque houve também um aumento de custos no setor, com frete, mão de obra e produtos químicos. "Para manter a saúde financeira das empresas precisaremos repassar estes custos que estão represados", justifica.
A expectativa de crescimento do setor de papelão ondulado baixou para 3,5%, aproximando-se da projeção para a indústria de transformação do país como um todo. A revisão para menos levou em conta as medidas de contenção do crédito do governo para controle da inflação e as estimativas menores para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. No final de 2010, a ABPO projetava um crescimento de 5% em 2011. "Os primeiros meses do ano não foram espetaculares para o setor", admite Trombini.
As vendas da indústria brasileira de papelão ondulado tiveram queda de 5,91% no mês de abril no comparativo a março, caindo de 217.786 toneladas para 204. 920 toneladas, de acordo com dados da ABPO. Entretanto, no primeiro quadrimestre do ano o setor cresceu cerca de 1%, segundo o presidente da entidade.
"Gostaríamos de estar processando mais, já que nossa projeção está aquém do que prevíamos no final de 2010", ressalta. O setor é considerado um termômetro da economia do país como um todo, já que produz embalagens para outras indústrias.
No Brasil, 99,5% da produção de papelão ondulado é consumida internamente, exporta-se apenas para o Mercosul. As indústrias de papelão ondulado atendem dois segmentos: um de embalagens de alimentos e higiene e limpeza, que responde por cerca de 60% das encomendas no país, e outro de bens duráveis, que produz embalagens para eletroeletrônicos e móveis. As medidas macroeconômicas do governo, segundo o dirigente, tiveram reflexos mais perversos nessas últimas.
Em relação ao reajuste de 8%, Trombini afirma que o aumento será repassado pontualmente pelas empresas a partir deste mês. No Brasil existem cerca de 80 indústrias produtoras de papelão ondulado, mas 20 delas representam 75% do mercado. Há empresas espalhadas por todo o país, mas o maior parque fica em São Paulo, seguido por Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná.
Bracelpa - A produção brasileira de papel caiu 3,9% de março para abril deste ano, passando de 842 mil toneladas, em março, para 809 mil toneladas em abril. No comparativo com abril de 2010, o recuo na produção foi de 0,9%, mas no período completo de janeiro a abril, entre 2010/2011, ainda persiste um pequeno aumento de 0,7% na produção nacional. Os dados são da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).
As vendas internas e a exportação de papel também diminuíram. De março para abril deste ano a redução nas vendas dentro do país foi de 2,3%, passando de 431 mil toneladas para 421 mil toneladas.
Já as exportações passaram de 190 mil toneladas, em março, para 183 mil toneladas em abril. No comparativo entre os quatro primeiros meses de 2010 e 2011 as vendas caíram 1,4% (de 1.693 mil toneladas para 1.670 mil toneladas) e as exportações, 3,1% (de 737 mil toneladas para 714 mil toneladas).
Veículo: Diário do Comércio - MG