A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), deu ontem o sinal verde à compra do controle da italiana Parmalat pela francesa Lactalis. A operação, quando concretizada, fará da Lactalis a maior empresa de lácteos no mundo.
Depois de analisar a operação, Bruxelas concluiu que a aquisição da Parmalat pela companhia francesa não deve gerar problemas de concorrência, nem na Itália nem em outro país europeu.
A Lactalis provocou uma onda de reações negativas em março na Itália quando anunciou sua entrada no capital da Parmalat, atingindo uma participação de 29%. Essa fatia da empresa italiana já lhe assegurou o controle de fato do grupo, já que o capital da Parmalat é muito pulverizado.
Diante da oposição do governo italiano, que defendeu uma aliança nacional para conter o avanço da Lactalis, o grupo francês anunciou em 26 de abril o lançamento de uma oferta pública de compra do restante do capital da Parmalat a €2,60 por ação ou €3,375 bilhões.
A oferta foi aberta em 23 de maio e dura até o próximo dia 8 de julho. Seu sucesso está condicionado à obtenção de ao menos 55% do capital da empresa.
A Parmalat recusou a oferta da Lactalis por julgá-la muito baixa. Mas a direção do banco italiano Intesa Sanpaolo, que detém 2,4% da Parmalat e tinha tentado em vão fazer parte de uma aliança italiana para conter o avanço da Lactalis, finalmente admitiu, na segunda-feira, que pode colocar seus papéis à venda na oferta de compra da companhia francesa.
Veículo: Valor Econômico