O governo da Argentina autorizou a abertura do registro de exportação para 3 milhões de toneladas de trigo da safra 2011/12, cujo plantio teve início nos primeiros dias de junho, segundo informou o subsecretário de Agricultura do país, Oscar Solis. A medida também autoriza a exportação de 200 mil toneladas da safra 2010/11, as quais se somam às 7,4 milhões de t liberadas anteriormente. O Executivo controla com mão dura as exportações de trigo para garantir a oferta e manter baixo o preço.
A decisão oficial tem o objetivo de esvaziar a mobilização que os produtores da província de Buenos Aires estão organizando para protestar contra o governo. No domingo, o ministro de Agricultura, Julian Domínguez, antecipou a notícia, que foi confirmada ontem, para estimular os produtores a plantar mais trigo. As projeções apontam para um aumento da área cultivada com o cereal, subindo de 4,6 milhões de hectares para 5,2 milhões de hectares. Os especialistas explicam que o clima favorável e os preços com tendência de alta são fatores decisivos na intenção de plantio de trigo, mesmo com a forte intervenção oficial no mercado local. Os consultores acreditam que as controvérsias políticas terão menos peso que o fato climático.
De acordo com a Associação de Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (Acrea), a safra 2010/11 de trigo foi de 14,9 milhões de toneladas que, somadas ao estoque de passagem (carry over) do ano anterior, de 1,4 milhão de toneladas, totaliza oferta de 16,3 milhões de toneladas. O consumo interno é de 6,5 milhões de t, dos quais 5,9 milhões de t para os moinhos e 600 mil t para produção de semente. O saldo exportável calculado é de 9,8 milhões de t, das quais 7,4 milhões de t foram autorizadas para exportação até o momento: 3 milhões de t em junho de 2010; 2 milhões de t em dezembro último; 2 milhões de t em janeiro 2011; e 400 mil t nas duas últimas semanas.
Veículo: DCI