A relação entre L'Oréal e seu maior acionista, a Nestlé, foi alvo de críticas do executivo-chefe da fabricante de cosméticos, Jean-Paul Agon. "Não vejo mais sinergias possíveis para nenhuma das empresas", disse ele ao jornal suíço "Finanz und Wirtschaft", quando perguntado se faria sentido haver uma colaboração mais próxima com a Nestlé.
A empresa alimentícia detém 30% do capital da L'Oréal e só decidirá sobre o futuro da participação na fabricante de cosméticos em 2014, quando se encerra o acordo feito com a família Bettencourt, detentora de 31% do capital da L'Oréal, em 2004, com duração de dez anos. Os Bettencourt têm 31% da companhia.
O executivo adotou tom otimista na entrevista para comentar as perspectivas da empresa. "Achamos que o mercado voltará a crescer em torno a 4%. Nosso objetivo é fazer nossas vendas aumentarem mais do que essa média em todas as áreas - assim como no ano passado", disse Agon, acrescentando que vê potencial em países como a China, Índia e Brasil.
Na família Bettencourt, porém, o clima não é favorável. A proprietária da empresa, a francesa Liliane Bettencourt, de 89 anos, deverá ser colocada sob proteção judicial e impedida de gerir seu patrimônio, segundo médicos designados pela Justiça ouvidos por uma fonte próxima ao caso, citada pela agência France Presse. Conforme essa fonte, os especialistas constataram "alteração das faculdades mentais e físicas" na mulher mais rica da França. Um tribunal francês deve examinar na segunda-feira o pedido para que ela seja interditada, feito por Françoise Bettencourt-Meyers, filha de Liliane.
Também ontem, um grupo pequeno de acionistas da L'Oréal, denominado APPAC, pediu a renúncia de Liliane Bettencourt do conselho de diretores da companhia, conforme a AFP. Eles alegam que deveriam ter sido informados do estado mental de Liliane quando renovaram o mandato da milionária por mais quatro anos, na assembleia realizada no dia 22 de abril. A fortuna pessoal de Liliane soma €15 bilhões
Veículo: Valor Econômico