Importados retidos nas aduanas

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Importados retidos nas aduanas Empresas que continuam comprando fora do país aguardam estabilidade do dólar.

 

A crise financeira mundial e a alta do dólar em relação ao real mostraram os primeiros reflexos negativos nas aduanas de Minas Gerais. No Porto Seco do Cerrado, instalado no distrito industrial de Uberlândia (Triângulo Mineiro), no decorrer de outubro houve queda de 20% das importações na comparação com o mesmo mês de 2007. A informação é do diretor de Serviços da Logística Intermodal (Log-In), empresa que controla a aduana, Marcelo Arantes.

 

De acordo com ele, as empresas que continuam importando estão armazenando os produtos, evitando assim o pagamento de tributos com a nacionalização balizada pelo dólar nos patamares atuais. "Enquanto elas aguardam, pagam os custos de estocagem às aduanas. Porém, é oportuno para os portos secos apenas no curto prazo, já que nós também deixamos de ganhar na receita de desembaraços, que é mais expressiva do que a de armazenagem de cargas", explicou.

 

Os impactos das turbulências externas acontecem em dois patamares, conforme Arantes. O primeiro, é a redução dos desembarques propriamente dita, que ocorre devido à elevação do dólar. O outro, é o reflexo da crise, que gerou o arrefecimento da produção das indústrias da região do Triângulo Mineiro, que travaram as compras no exterior, de acordo com ele.

 

Para Arantes, o cenário atual não é animador, pois além de perder nos desembaraços dos importados, praticamente paralisados, a aduana apresenta uma superlotação das áreas de armazenagem pelos produtos desembarcados, que acaba prejudicando as exportações, cuja tendência é serem ampliadas com o dólar em alta.

 

"Por enquanto, mesmo com a moeda estrangeira em alta, não sentimos aumento dos embarques. Parece que o mundo parou e está aguardando para ver o desenrolar da situação", afirmou.

 

Uma possível recuperação do cenário, desequilibrado pela crise financeira global, pode ocorrer a partir de novembro devido ao fluxo da demanda do período natalino, conforme Arantes.

 

Reflexos - Para o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de Minas Gerais (SDAMG), Frederico Pace Drumond, a movimentação nos portos secos de Minas Gerais já apresenta desaceleração em outubro. O cenário é atribuído à crise financeira internacional, que reflete em retração no comércio exterior.

 

Conforme o presidente do SDAMG, entre outubro e novembro sazonalmente é registrado um crescimento médio de 20% na movimentação das aduanas mineiras. Isso ocorre em virtude da demanda do período natalino. "Neste ano, não esperamos crescimento nos níveis normais", afirmou.

 

Segundo ele, apesar de desaquecido, os volumes de exportação e importação a partir dos terminais aduaneiros no Estado devem permanecer estáveis até novembro. De acordo com Drumond, não há expectativa de retração na comparação com o ano passado.

 

Apesar disso, o setor está preocupado em relação à movimentação entre dezembro e fevereiro do próximo ano. "Neste período, geralmente há uma redução nas atividades, pois a indústria diminui o ritmo de produção", informou.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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