Alpargatas investirá R$ 177 mi em Minas

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A Alpargatas S/A vai investir R$ 177 milhões na construção de uma planta destinada à produção de sandálias Havaianas em Montes Claros, no Norte de Minas. O empreendimento também inclui implantação de um centro de distribuição (CD). Serão gerados 2.250 empregos diretos e 3 mil indiretos. O protocolo de intenção entre governo do Estado e empresa foi assinado ontem, no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.

 

O governador Antonio Anastasia destacou que a instalação da Alpargatas em Montes Claros vai impulsionar o desenvolvimento de toda a região, uma das metas de seu governo. "Minas Gerais ainda é um Estado desigual em termos regionais de padrões de renda, educação e desenvolvimento. Isso é um fato histórico e estamos trabalhando para reduzir essas desigualdades", afirmou.

 

Além do montante aportado pela Alpargatas, um dos pontos mais importantes do investimento, para o governador, é a geração de empregos de qualidade. " uma empresa que representa uma marca reconhecida internacionalmente e que vai gerar mais de 5 mil empregos de mão de obra intensiva", argumentou.

 

O DIÁRIO DO COMÉRCIO já havia antecipado a perspectiva do investimento no Norte de Minas em agosto do ano passado, quando o então presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Adriano Magalhães Chaves, hoje secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, confirmou as negociações para a instalação de uma planta da Alpargatas no Estado.

 

A unidade, que começa a ser construída em agosto e deve entrar em operação no segundo semestre de 2012, terá capacidade de produzir em torno de 100 milhões de pares de Havaianas por ano, o que significa um crescimento de 30% na produção atual. "A planta também será capaz de produzir componentes para outros calçados fabricados pelo grupo, como os das marcas Topper, Rainha, Dupé e Timberland", observou o presidente da Alpargatas, Márcio Utsch.

 

Incentivos - De acordo com Utsch, outros estados e até outros países disputaram a unidade, mas a opção por instalar a planta no Norte de Minas está vinculada à disponibilidade de mão de obra na região e principalmente à proximidade com mercados consumidores e com fornecedores de matérias-primas. Apesar de não detalhar a informação, o presidente da Alpargatas também admite que foram concedidos incentivos fiscais.

 

"Fundamentalmente o que determinou a localização da fábrica em Minas Gerais foi a proximidade com o mercado consumidor da região Sudeste e com fornecedores de matérias-primas. Hoje, nossas plantas ficam no Nordeste do país e o gasto com transportes é muito alto. A produção da unidade será destinada ao mercado desta região e também para exportação", explica Utsch.

 

A construção da fábrica faz parte de um plano de aportes mais ambicioso. A companhia pretende chegar em 2014 com uma receita bruta da ordem de R$ 5,5 bilhões, mais que o dobro do faturamento do ano passado, quando a Alpargatas registrou giro de R$ 2,6 bilhões. Segundo o presidente da empresa, atualmente, 30% da receita é gerada por moedas estrangeiras e a maior parte (70%) em real.

 

A nova unidade fabril da Alpargatas será instalada em um terreno de 250 mil metros quadrados doado pela Prefeitura de Montes Claros, que já está providenciando as desapropriações da área. O empreendimento terá 73 mil metros quadrados de área construída, sendo 57 mil metros quadrados da planta e 18 mil metros quadrados do centro de distribuição.

 

" um grande investimento para Montes Claros e que prova o comprometimento do governo estadual com o desenvolvimento de toda a região Norte de Minas. A Alpargatas vai completar e diversificar o parque produtivo do município, que já conta com unidades fabris da Coteminas (Companhia de Tecidos Norte de Minas), da fabricante de insulina dinamarquesa Novo Nordisk e da fábrica de Leite Moça da Nestlé", lembrou o prefeito do município, Luiz Tadeu Leite.

 

Atualmente, a Alpargatas tem quatro fábricas no Brasil - Santa Rita e João Pessoa (PB) para a produção de artigos esportivos das marcas Topper, Rainha, Mizuno e Timberland - e em Campina Grande (PB) e Carpina (PE), para sandálias Havaianas e Dupé. No país, o grupo emprega 12 mil pessoas e ainda tem oito fábricas de artigos esportivos e têxteis na Argentina.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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