Setor prevê alta superior a 30% nas verduras e legumes

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As frutas que sofreram menos com as geadas e o frio intenso fecharam o semestre com queda de 14% nos preços. O câmbio foi um dos fatores de baixa. 

 

O mercado hortifrúti começa a refletir agora as perdas de produção causadas pelas geadas dos últimos dias em toda Região Sul, com redução nas quantidades ofertadas e alta de preços, que podem chegar a 30% em algumas regiões. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), apenas neste primeiro semestre as verduras e legumes registraram quedas nas ofertas de até 3%. Já as frutas que não sofreram muito com o clima, enfrentaram os impactos cambio e fecharam com queda nas exportações de 24%

 

Nos primeiros seis meses deste ano, o Índice de preços Ceagesp acumulou elevação de apenas 0,64%. "Apesar de alguns problemas climáticos, como as chuvas atípicas em abril que colaboraram para os preços das verduras e legumes reduzirem lentamente, este ano não foi diferente: no primeiro trimestre os preços subiram em razão das frequentes chuvas e altas temperaturas nas regiões produtoras, e a partir do final de março, iniciou o processo de retorno dos preços aos patamares habituais", contou Flávio Godas, economista da entidade.

 

Em São Paulo as verduras fecharam o semestre com alta de 32% nos preços médios. Os legumes registraram alta de 33% no período. Já os produtos diversos, compostos por cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos houve um recuo de 20%, principalmente a batata e a cebola que tem bastante produção no primeiro semestre. "Esses primeiros seis meses foram muito parecidos com os demais anos, e partir de março os preços começam a cair. Esse ano a diferença foi à chuva em abril, que é muito anormal. Então os preços dos legumes e verduras eram para ter caído mais acentuadamente, e essa queda foi menor", frisou Godas.

 

No Paraná apesar de o clima ter castigado mais o estado, os preços dos hortifrútis não ficaram tão elevados, na média ponderada o incremento foi de 3,65%. Segundo o agrônomo do Ceasa-PR, Nilo Ribas, 30 produtos são usados como amostra para a média ponderada de preços, com representatividade no total comercializado superior a 90%. Destes, apenas 4 produtos registraram quedas no valor e 13 não obtiveram mudanças. "Nesta semana tivemos um acréscimo na média ponderada de 3,65% nos produtos que comercializamos. Sendo que 4 produtos baixaram os preços, e 13 ficaram com o mesmo valor. Entre eles o tomate que é o carro chefe nas comercializações baixou seu preço mesmo com a ocorrência das geadas, e isso ajudou a diminuir a média. Por sua vez a alface, foi o grande vilão e registrou altas de 67% em média no estado", garantiu.

 

No Mato Grosso do Sul o clima não chegou a afetar as folhagens de forma significativa, entretanto os legumes e verduras comprados de outros estados chegaram a subir 25% nesse mês. "A geada aqui no estado não afetou muito a área de hortifrúti, gerou perdas maiores na área de grãos. Tivemos a alta somente em dois ou três produtos na casa dos 20%. A berinjela estava R$ 2,08, e foi para 2,50, com 20% de alta, a tangerina subiu 25%, e passou a custar R$ 1,25, e a vagem de subiu de R$ 3,33 para R$ 4,17, 25% mais alto. O chuchu obteve a maior alta entre os produtos, 93% de alta", contou o coordenador da divisão de mercados e estatística do Ceasa-MS, Cristiano Chaves.

 

No entanto, com a expectativa de novas geadas e de frio mais rigoroso, os preços poderão apresentar elevações, principalmente as hortaliças mais sensíveis como alface, rúcula, escarola, agrião, abobrinha, tomate, entre outras, "que devem sofrer os efeitos destas condições climáticas adversas e registrar redução do volume ofertado e perda de qualidade", prevê Godas.

 

Frutas

 

Na fruticultura as perdas não aparecem somente com o clima adverso, que afetou mais fortemente a maçã, mas também existe o reflexo do cambio, que reduziu o volume de exportações em 24% este semestre, aumentando a oferta no mercado interno brasileiro, e derrubando os preços.

 

No Ceagesp as frutas fecharam o semestre com queda de 14,9% nos preços, reflexo da maior oferta e de uma demanda interna mais lenta, afirmou Godas.

 


Veículo: DCI


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