Após um ano e quatro meses do anúncio da fusão entre as Lojas Insinuante e Ricardo Eletro, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda recomendará ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que aprove sem restrições a operação, que envolve a união das atividades, bens, direitos e obrigações das companhias. Com o negócio entre as duas redes varejistas será consolidada a holding Máquina de Vendas, o segundo maior grupo de varejo do país atualmente, com 8% do mercado brasileiro.
A criação de mais essa gigante do varejo se soma à onda de concentrações de grandes conglomerados no país. A união fica apenas atrás do titã Pão de Açúcar, que aguarda uma decisão do Cade a respeito das compras de Ponto Frio e Casas Bahia. Estas três marcas juntas possuem mais de 20% de market share do setor. A rede Magazine Luiza, que tem uma fatia de 6% do mercado, também espera o aval para as operações envolvendo o Baú da Felicidade e as Lojas Maia.
Apesar de tantas concentrações na área de varejo, o parecer da Seae não faz um levantamento mais aprofundado a respeito das movimentações do setor. Se atém apenas à fusão específica entre as duas empresas. O documento do Ministério da Fazenda tem mais de 70 páginas e será encaminhado ainda à Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que costuma acompanhar as recomendações da Seae antes de ser levado ao Cade.
No órgão antitruste, a relatoria da Máquina de Vendas caberá ao conselheiro Carlos Ragazzo, o mesmo que votou contra a fusão entre Sadia e Perdigão. Os dois casos envolvendo o Pão de Açúcar (Casas Bahia e Ponto Frio) serão tratados separadamente pelo Cade e ambos estão com o conselheiro Ricardo Veríssimo.
Segundo as empresas, o grupo possui faturamento de R$ 5 bilhões e cerca de 530 lojas espalhadas por 16 Estados, além do Distrito Federal. A meta com a holding é dobrar o tamanho da empresa, na esteira do aumento da renda dos brasileiros, principalmente dos que estão integrando a nova classe média do país. A gestão da Máquina de Vendas será compartilhada, com a presidência executiva cabendo a Ricardo Nunes (da Ricardo Eletro) e a presidência do conselho administrativo a cargo de Luiz Carlos Batista (Insinuante).
Veículo: Diário do Comércio - MG