Empresas aprovam redução de impostos e maior oferta de crédito para empresas nacionais.
O governo federal vai lançar um conjunto de medidas para aumentar a competitividade da indústria têxtil brasileira, que há anos vem enfrentando a concorrência de produtos asiáticos, em especial provenientes da China. A decisão foi anunciada ontem pela presidente Dilma Rousseff, durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012, realizado em Francisco Beltrão, no Paraná.
As medidas serão lançadas até o final deste ano e incluem redução de impostos e maior oferta de crédito. O programa está sendo elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e inclui também exigências maiores quanto à qualidade dos produtos importados na área têxtil. "Com isso, acreditamos que uma parte das defesas brasileiras nessa questão será colocada em prática e tornada realidade", disse a presidente.
Antiga reivindicação do setor, a notícia foi muito bem recebida pelo presidente Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho. "Não conheço ainda detalhes da proposta, mas fico muito satisfeito. Nós prevíamos que alguma coisa seria feita e acredito que eles (governo) estão preparando a desoneração da folha. São medidas que já farão parte da nova política de desenvolvimento do governo", disse.
Nos últimos dias, o presidente da Abit esteve no Senado, na Câmara dos Deputados e no Mdic, onde se encontrou com o ministro Fernando Pimentel. A conversa girou sempre em torno da defesa da indústria têxtil brasileira e da concorrência desleal travada com a China, cujos produtos chegam ao Brasil com preços mínimos, "quase abaixo de qualquer política de custo", nas palavras usadas pela presidente durante o evento no Paraná.
Na visita ao Senado, o presidente da Abit lembrou o absurdo de que as fardas do Exército brasileiro sejam confeccionadas com tecidos chineses. "Eu desejo aos senadores uma chuva forte no dia 7 de setembro para que eles conheçam a qualidade dos tecidos que trazemos de fora". Disse ainda que fica muito irritado quando vê empresas brasileiras importando eletrodomésticos, produtos para o lar e outras mercadorias e as revendendo como se fossem nacionais. "Nós geramos empregos lá fora", lamenta.
Diniz lembra ainda que o Brasil não pode mais se fiar na exportação de produtos agrícolas e na importação de manufaturados. "Nós estávamos prevendo que alguma coisa seria feita", reitera, destacando ainda que a indústria têxtil brasileira gera hoje 8 milhões de empregos no Brasil.
Veículo: Diário do Comércio - MG