A Embaré Indústrias Alimentícias S/A, com unidade fabril em Lagoa da Prata, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, prevê até 17% de incremento no faturamento deste ano com relação a 2010. No primeiro semestre de 2011, já foi registrado crescimento em torno de 5% com relação ao mesmo período do exercício anterior. As informações são do vice-presidente de Gestão e Finanças da empresa, Hamilton Antunes.
Ele afirma que o aumento da produção e, conseqüentemente, da presença dos produtos da empresa nas prateleiras, está impulsionando os negócios. A Embaré colhe os frutos do investimento de R$ 65 milhões feitos na ampliação da planta realizado nos últimos anos. Com ele, foi possível um incremento de 600 mil litros de leite/dia na capacidade de processamento que, atualmente, é de 1,7 milhão de litros de leite/dia e 2,2 mil toneladas de doces/mês.
No entanto, esse investimento ainda não foi quitado e, para liquidá-lo, a empresa reduziu o plano de inversões para 2011. Com isso, nenhum aporte relevante está previsto. "Nosso plano de expansão está reduzido. Ainda não estamos operando no limite da capacidade e, até que isso aconteça, não vamos voltar a ampliar as instalações."
Entre as novidades previstas, está a automatização da área de vendas. No entanto, Antunes explica que esse plano ainda não saiu do papel devido a problemas com operadoras de telefonia celular. "O Brasil é um país com dimensões continentais. Precisamos de cobertura em todo o território nacional."
Recursos - A Embaré também está contratando capital de giro e substituindo linhas de crédito já existentes. "No período da crise econômica mundial, era para ter vindo algumas linhas de crédito do exterior, o que não ocorreu. Agora, estamos negociando melhores condições com algumas instituições e contratando esse capital. Quando a empresa está crescendo, tanto em faturamento quanto em produção, é preciso aumentar o capital de giro."
A Embaré trabalha com duas linhas de produtos, a de laticínios e a de doces. Ambas lançarão produtos em breve.
Mesmo com os negócios aquecidos, a Embaré tem enfrentado um grande gargalo: o câmbio. Atualmente, a empresa exporta para 47 países, mas os trabalhos na busca por novos mercados diminuiu devido ao real valorizado. "Sempre buscamos crescer no exterior. Mas como não é possível prever o resultado que teremos com a exportação, preferimos não buscar novas praças."
Nos países em que já atua, no entanto, os negócios estão crescendo. Antunes informa que tanto o faturamento naqueles países quanto o volume de exportação estão em alta, mas garante que o volume cresce mais que a receita devido ao câmbio. A Embaré espera crescer até 17% em 2011 sobre o exercício passado. No primeiro semestre, foi registrado incremento aproximado de 5% com relação ao mesmo período de 2010.
Instalada em Lagoa da Prata desde 1948, a Embaré gera cerca de 1.250 empregos diretos. A preocupação da empresa com a cidade que a acolheu, no entanto, vai além dos negócios.
A empresa investiu R$ 5 milhões em 2010 para transformar a estação de efluentes industriais em projeto autossustentável. Além de eliminar o mau cheiro da água utilizada no processo produtivo e retorná-la para a Lagoa Verde e, posteriormente, para o rio São Francisco com 95% de pureza restituída, a empresa vai economizar R$ 180 mil/ano na "salgada conta de energia elétrica" e, ainda, vender créditos de carbono. Antunes informa que duas empresas europeias já procuraram a Embaré. O projeto incluiu, ainda, a instalação do Centro de Educação Ambiental, destinado à população e às escolas da região.
Veículo: Diário do Comércio - MG