Há mudanças em outros países emergentes como China e Austrália que objetivam deixar grupo mais eficiente
A Unilever fez uma reorganização mundial de funções e a mudança afetou o Brasil. O presidente da companhia no país, Kees Kruythoff, deixará o cargo após pouco mais de três anos na função. A partir de 1º de setembro, Kruythoff assumirá a presidência do grupo na América do Norte. A Unilever é fabricante de marcas como Omo, Dove, Rexona e Knorr.
O executivo foi contratado para fazer a empresa crescer de forma mais veloz por aqui e, com a mudança, ele atuará num mercado desenvolvido, que vinha perdendo parte do foco da companhia, por conta da expansão do grupo nos mercados emergentes.
A subsidiária brasileira não terá mais um presidente exclusivamente para atuar apenas para a operação local. Ficou decidido que a Unilever Brasil passa a integrar o grupo da América Latina - algo que não acontecia antes - e esse grupo será comandado pelo argentino Miguel Kozuszok, atual presidente do Cone Sul. Kozuszok será responsável por Brasil e deve trabalhar a partir do escritório da Unilever em São Paulo.
A companhia confirma as mudanças na operação, mas não esclarece quais seriam as motivações para a troca do comando no Brasil.
Outras alterações foram feitas pelo grupo. Alan Jope, atual presidente da Unilever na China, assume as operações no Norte da Ásia. O sudeste da Ásia e a Austrália ficam sob comando de Peter Ter Kulve, que antes ocupava a linha de frente da empresa na Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. Nitin Paranjpe seguirá como presidente para o sul da Ásia.
O executivo Izzet Karaca, presidente da empresa na Turquia, passará a responder por Norte da África, Oriente Médio, Turquia e Rússia. A África será chefiada por Frank Braeken, que ocupava a vice-presidência da operação no Norte da África, Oriente Médio e África Central.
No Brasil, Kruythoff tornou-se presidente da operação em abril de 2008 dentro de uma expectativa de fazer a empresa acelerar o crescimento. No ano de sua chegada, a empresa faturou R$ 10,29 bilhões e atuava num mercado menos competitivo. O executivo deve deixar o negócio num momento de agressividade maior dos rivais e expectativa de receita bruta entre R$ 12,8 bilhões a R$ 13 bilhões em 2011, na análise de consultores. Será uma expansão de 26% de 2008 a 2011, uma média de cerca de 6,5% ao ano. É uma taxa acima da verificada entre 2004 e 2007, quando a empresa pulou de R$ 8,6 bilhões para R$ 9,7 bilhões.
A Unilever avalia, por exemplo, que consumidores do Oriente Médio e da Turquia são mais parecidos com aqueles do sudeste da Ásia em termos de perfil de compra, e por isso precisam ter o mesmo comando. Essa percepção do negócio pode explicar a decisão de reorganizar as funções.
Veículo: Valor Econômico