As padarias da região de Campinas têm investido em diversificação de serviços e de produtos como forma de enfrentar a concorrência junto ao setor de supermercados. O diretor tesoureiro do Sindicato das Indústrias de Panificação de Campinas e Região, João Augusto Moliane, disse que essa diversificação de serviços tem alcançado um resultado positivo, no entanto, a exemplo de outros setores da economia, tem enfrentado problemas com relação à mão de obra qualificada, como atendentes, padeiros, confeiteiros e salgadeiros.
Para minimizar o impacto o sindicato, em parceria com o Senai, desenvolveu cursos de qualificação profissional para o setor. "Essa carência eu acredito que é em nível nacional. Essa mão de obra qualificada na parte de profissionalização de padeiro, confeiteiro e salgadeiro está em falta. O sindicato tem buscado fazer alguns cursos em parceria com algumas empresas para oferecer treinamento. Recentemente, fizemos uma parceria com o Senai, que custeou toda a parte de treinamento para profissionalização de mão de obra de padeiro para poder colocar esse pessoal no mercado de trabalho. Fora essa parceria com o Senai, nós temos a parceria com os fornecedores aplicando esse treinamento para que a gente possa trazer um número maior de profissionais para a nossa área".
O sindicato das indústrias de panificação, confeitaria, doces e conservas alimentícias de Campinas e região, que atende no total a 74 cidades, contabiliza cerca de 1.000 padarias na região, nas quais os salários de padeiros, confeiteiros e salgadeiros na fase inicial variam entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil. Dependendo da qualificação do profissional pode chegar a até R$ 2 mil e R$ 2,5 mil. Cerca de 30% do ramo de padarias na região são de empresas familiares, administradas por portugueses e seus descendentes, principalmente as mais antigas.O diretor sindical João Moliane, reconhece que muitas padarias conseguiram sobreviver no mercado devido aos serviços diferenciados que têm sido oferecidos. "Muitas das padarias trabalharam com a estratégia da diferenciação com produtos e serviços atraindo o cliente. Entre os serviços oferecidos o destaque está no fast food, a refeição fora de casa, que as padarias passaram a adotar e que hoje inclui o café da manhã, o almoço, o café da tarde, o jantar, pizza e a sopa. Isso trouxe um diferencial em relação ao supermercado, que trabalha com a estratégia de preço, e com relação ao carro chefe da padaria, que seria o pão. Eu acho que as padarias, principalmente as de Campinas, estão com o foco bem direcionado para essa questão da gastronomia".
João Moliane disse também que as padarias procuraram modernizar a sua produção com a importação de máquinas e equipamentos, aproveitando a estabilidade do câmbio favorável à importação e destacou que na FIPAN 2011 a Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e Varejo Independente de Alimentos, que acontecerá entre os dias 19 e 22 de julho de 2011, nos Pavilhões Azul e Branco do Expo Center Norte, em São Paulo, o setor vai poder constar várias novidades no mercado de panificação.
Dados da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) apontam que só na cidade existem cerca de 459 padarias e confeitarias. Uma delas, a Orly, uma das panificadoras mais tradicionais de Campinas, fundada em 1964 e localizada no coração da cidade, na esquina das Ruas Barão de Jaguara e Tomás Alves, no centro, busca em seus produtos o sabor de pães e doces produzidos de forma artesanal, com receitas passadas durante gerações e que se perpetuam nas mãos de habilidosos padeiros e confeiteiros. A panificadora conta com uma circulação e atendimento diário de 800 pessoas, de segunda a sexta-feira.
Veículo: DCI