No primeiro trimestre, a fabricante de brinquedos Estrela teve receita de vendas de R$ 9,1 milhões e prejuízo consolidado de R$ 10,3 milhões. Os prejuízos acumulados da companhia vêm crescendo nos últimos anos. Passaram de R$ 152,1 milhões, em 2009, para R$ 173,8 milhões, em 2010. Até março, somavam R$ 184 milhões.
Perguntado sobre o resultado do primeiro trimestre, o presidente da empresa, Carlos Tilkian, disse ao Valor que o setor de brinquedos costuma ter prejuízo nos primeiros meses do ano devido a gastos com insumos. "O segundo semestre é responsável por 75% do faturamento", disse o executivo.
A empresa fechou o ano passado com prejuízo de R$ 48,8 milhões ante os R$ 52,8 milhões em 2009. A receita operacional líquida foi de R$ 86,1 milhões em 2010 e de R$ 80,6 milhões em 2009. Os números vieram a público ontem, após a Estrela retomar as negociações de seus papéis na Bovespa.
As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da empresa fecharam o pregão com baixa de 7,4%, cotadas a R$ 0,75. Após 65 anos em negociação na bolsa, a suspensão do registro de companhia aberta da Estrela ocorreu no dia 4, diante da ausência de prestação de informações periódicas ao mercado. A empresa entregou os documentos pendentes na última sexta-feira.
A Estrela vem sofrendo prejuízos com a concorrência de produtos chineses e o avanço de jogos mais tecnológicos. Produz uma parte dos brinquedos na China e tem fábricas em Itapira (SP) e Três Pontas (MG).
A empresa já está operando uma terceira fábrica na Serra do Machado, no distrito de Ribeirópolis (SE). A produção será destinada ao Nordeste. "O frete para levar do Sudeste para o Nordeste não compensa", diz Tilkian. "Vamos aproveitar o grande potencial de crescimento da região". O investimento em máquinas e equipamentos nesta fábrica soma R$ 12 milhões, sendo R$ 8 milhões financiados pelo Banco do Nordeste e o restante custeado pela Estrela.
A estratégia de crescimento da empresa está focada na incorporação de tecnologia aos seus jogos tradicionais, como no Super Jogo da Vida, lançado ontem, que em vez de notas de papel traz uma máquina para pagamentos no cartão de crédito e débito, além de uma roleta eletrônica. A Estrela pretende lançar cerca de 180 brinquedos este ano.
Veículo: Valor Econômico