A concentração no varejo avança

Leia em 2min 10s

A movimentação no varejo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos tem sido grande nos últimos dois anos. A concentração também. Concentração essa que já se delineava desde a metade dos anos 90, quando mais de 180 empresas deixaram o setor pelos mais variados motivos.

 

Mas os movimentos atuais são maiúsculos. O setor é liderado pela Globex, empresa do Grupo Pão de Açúcar, atuando com as bandeiras Casas Bahia, Ponto Frio e Extra Eletro. Esse conglomerado conta hoje com cerca de 1.000 lojas em todo o País. Em segundo lugar vem a Máquinas de Vendas, com mais de 900 lojas. Em terceiro avança rapidamente o Magazine Luiza, com 725 lojas.

 

Se a vida dos fornecedores já estava difícil, com as aquisições recentes feitas pela Máquina de Vendas e por Magazine Luiza, as negociações devem se tornar mais agressivas. Mas, por terem equipes altamente profissionalizadas, tanto compradores quanto vendedores sabem que o limite desse processo é a garantia de algum lucro para os dois lados. Com prejuízo não tem negócio, mesmo que isso signifique ficar fora de algum gigante do varejo. E, no final, todos acabam se entendendo. Negociar muito faz parte do jogo.

 

Perdem com isso as cadeias de lojas pequenas e médias. A pressão exercida pelos grandes concorrentes pode até eliminá-las. Como a concorrência no varejo se dá entre lojas, e não entre organizações, os pequenos e médios sofrerão mais onde a concentração é maior. Isto está ocorrendo com maior intensidade em algumas cidades da região Nordeste, no Rio de Janeiro e na Grande São Paulo. Problema para ser atentamente seguido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de forma pontual, a fim de garantir a concorrência, como é seu papel.

 

O consumidor tem menos com o que se preocupar. A guerra de preços entre os gigantes costuma ser também gigantesca. A menos que uma organização domine completamente uma região geográfica, não há acordos possíveis nos mercados de varejo. O que predominam são as ofertas até o limite da garantia do lucro.

 

Portanto, é possível que os consumidores saiam ganhando com esses movimentos. A prova está na concentração existente na região da Grande São Paulo. Ninguém deixou de comprar o seu eletrodoméstico porque os preços subiram. Ao contrário. Com o tempo, eles vêm caindo, e os produtos se tornando mais acessíveis.

 

De resto não há muito que fazer. As concentrações são um fenômeno mundial, continuarão ocorrendo e cabe aos órgãos de defesa da concorrência e dos consumidores atuarem para que as proteções sejam positivamente acionadas, quando necessárias.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Mulher lidera gasto com cartão de crédito

  Facilidade no uso de meio eletrônico aumentou a inadimplência entre o sexo feminino   ...

Veja mais
Ceratti prevê crescimento de 28% do volume de vendas dos presuntos crus espanhóis da Jamones Segovia

Empresa ocupa o posto de maior importador de produtos curados do Brasil e detém 70% do mercado espanhol   ...

Veja mais
Ministério da Agricultura divulga produção orgânica em feira

   Visitantes da Bio Brazil Fair poderão conhecer programas voltados para a sustentabilidade agr&iacut...

Veja mais
Máquina de Vendas faz nova fusão e deixa Sul para 2012

A fusão da pernambucana Eletro Shopping com a Máquina de Vendas, anunciada ontem, obrigará o grupo ...

Veja mais
Mattel Brasil inicia licenciamento da Fischer-Price

A fabricante de brinquedos Mattel vai começar a licenciar no Brasil a sua marca Fischer-Price, com foco em produt...

Veja mais
Compra de antisséptico bucal sobe 42% na baixa renda até março

Nos banheiros das classes D e E, o creme dental, usado por 90% da população há mais de 20 anos, pas...

Veja mais
Classes D e E querem produto sofisticado

O consumo de perfumes, cosméticos e produtos de higiene deve crescer cerca de 5% ao ano em volume até 2015...

Veja mais
Telas de LED dominam mercado de televisores

Enquanto algumas tecnologias rapidamente fazem sucesso entre os consumidores, outras demoram a cair no gosto do pú...

Veja mais
Magazine Luiza trabalha para unir operação

Ao mesmo tempo em que precisa avançar no processo de integração da Lojas Maia, comprada em 2010, a ...

Veja mais