A pressão por conta da crise do Carrefour na Europa, atestada pela projeção negativa de 23% de déficit no primeiro semestre, reforça a percepção de que o valor da empresa estaria mais baixo, o que seria inclusive um dos atrativos para a subsidiária brasileira da companhia estar sendo negociada pelo Walmart em seu país de origem, os Estados Unidos. Ainda assim, as empresas mantêm a versão de que tudo não passa de "conversa fiada".
Procuradas pelo DCI, ambas as redes se negam a comentar o suposto interesse da companhia norte-americana por uma parte da concorrente francesa. O boato de que estariam negociando surgiu nesta semana. Desde que a tentativa de fusão entre o Grupo Pão de Açúcar (GPA) e o Carrefour deu errado, agentes ligados ao setor de supermercados passaram a especular que o Walmart iniciaria uma ofensiva de compra.
O Carrefour passa por problemas administrativos em Paris, onde espera ver a queda de 23% no resultado semestral - que será divulgado no dia 31 de agosto. A venda das operações brasileiras seria uma forma de gerar liquidez e recuperar a confiança dos investidores internacionais. O Walmart é o principal concorrente do Carrefour no mundo. O presidente das operações brasileiras, Marcos Samaha, afirmou no mês passado que a companhia está focada em crescimento orgânico e não planeja fazer aquisições neste ano. Em 2009, a rede já havia negociado com o Carrefour.
Como disse o professor Claudio Felisoni, que coordena o Programa de Administração do Varejo (Provar): "O Carrefour está mais barato", o que facilitaria uma iniciativa de aquisição da parte do Walmart, que se tornaria então o maior varejista brasileiro".
Veículo: DCI