As campanhas antifumo, que se intensificaram nos últimos anos, ainda passam longe dos balanços da Souza Cruz, maior fabricante de cigarros do país. A empresa registrou no terceiro trimestre o maior faturamento dos últimos dez anos, em termos reais, ou seja, numa base corrigida pela inflação.
A receita bruta chegou a R$ 2,9 bilhões no trimestre, maior desde setembro de 1998. A empresa pagou R$ 1,5 bilhão em impostos sobre as vendas, 50% do faturamento, e ficou com uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão. Foi o bastante para quase dobrar o lucro líquido, de R$ 361,2 milhões, em relação ao mesmo trimestre de 2007.
Segundo os comentários que acompanham o balanço, o resultado foi favorecido pelo melhor desempenho de marcas de maior valor e preços mais altos, que compensaram parcialmente o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e o maior volume de fumo exportado a um preço médio em dólar mais alto.
O volume de vendas nos nove meses foi de 58,1 bilhões de cigarros, 0,5% superior ao mesmo período de 2007, "influenciado diretamente pelos investimentos na expansão da distribuição direta de produtos", segundo o balanço.
Conhecida por sua generosidade com os acionistas, a Souza Cruz apanhou pouco na bolsa nos últimos meses. A ação caiu 11% no ano, muito abaixo dos 41% do Ibovespa. A empresa começou a pagar ontem os juros sobre o capital próprio de R$ 23,5 milhões aprovados em setembro. Somados aos juros aprovados no primeiro semestre e aos dividendos de julho, serão R$ 514,6 milhões no total.
Veículo: Valor Econômico