Alimentação saudável está mais acessível ao bolso dos brasileiros. Há cinco anos, a diferença média de preços entre os produtos orgânicos e os convencionais era de 60%. Hoje, de acordo com os cálculos da Associação Brasileira de Orgânicos (BrasilBio), essa diferença caiu para 30%.
O interesse cada vez maior da população fez com que a produção desses alimentos também aumentasse e consequentemente, os preços dos orgânicos fossem reduzidos. Segundo o presidente da BrasilBio, José Alexandre Ribeiro, as turbulências no mercado externo refletiram em queda nas exportações, o que eleva a oferta de itens dessa categoria no País.
Outra situação que contribuiu para o mercado foi a ascensão da nova classe média. Na avaliação do diretor de economia da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira, essa parcela da população também busca uma alimentação de qualidade.
“O consumidor está aprendendo a consumir alimentos orgânicos. Por causa da maior procura, aumentou a oferta, o que reflete em preços mais acessíveis”, diz o diretor da Apas.
Os orgânicos são mais caros que os convencionais por uma série de fatores: produção menor, maior utilização de mão de obra, mercado consumidor ainda restrito, preços dos convencionais baixo devido à comercialização em larga escala e competição entre as grandes redes de supermercado.
Mas em alguns casos — como é o da alface — o preço dos orgânicos está no mesmo patamar dos convencionais ou até mais baixo, segundo Marcio Stanziani, secretário executivo da Associação de Agricultura Orgânica (AAO), entidade responsável pela feira orgânica no parque da Água Branca.
Já no caso de batata, morango e tomate, por exemplo, o custo de produção do orgânico é maior que o do convencional.
Para economizar
Comprar direto do produtor, em feiras, é uma forma de conseguir melhores preços.
Outra opção é a comodidade de escolher os itens pela internet e recebê-los em casa. Há produtores e distribuidores que oferecem o serviço na cidade de São Paulo.
É o caso do proprietário do sítio A Boa Terra, Joop Stoltenborg, que tem uma carteira de mil clientes, que cresce 10% ao ano em vendas. O distribuidor O Bom Verdureiro oferece cestas padronizadas ou personalizadas. Segundo o sócio da empresa, Rafi Boudjikian, atualmente são 160 clientes. “Registramos um aumento real de 10% nas vendas ao ano”, diz.
Uma das suas clientes é a designer Andrea de Campos Mello, de 48 anos. “Sempre tive
interesse em alimentação saudável. Acredito que o bem-estar está diretamente ligado ao que ingerimos”, diz ela, que pagou R$ 52 pela última cesta que recebeu.
Veículo: Jornal da Tarde - SP