MRS: crise pode afetar operações da ferrovia

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A MRS Logística S/A, concessionária da malha ferroviária Sudeste com sede operacional em Juiz de Fora (Zona da Mata), está se preparando para os reflexos mais fortes da crise financeira na demanda proveniente dos principais clientes da empresa, sobretudo dos setores de mineração e siderurgia. De acordo com o diretor de Engenharia e Manutenção da ferrovia, Luiz Cláudio Torelli, a companhia já sentiu sinais de redução do volume transportado em outubro.

 

"Os impactos mais claros aparecerão no primeiro trimestre de 2009, trazendo até mesmo a possibilidade de colocar alguns equipamentos em estoque", disse Torelli. Além disso, a empresa pode deixar de fazer alguns aportes em infra-estrutura, que seriam retomados no terceiro trimestre do próximo exercício.

 

A empresa seguiu nos últimos anos um cronograma de investimentos que já correspondeu a R$ 750 milhões em 2007 e deverá atingir R$ 1,3 bilhão neste exercício. Além disso, a MRS previa pelo menos mais R$ 1 bilhão em aportes no aumento da capacidade operacional em 2009, que podem ser revistos, como medida de cautela para lutar contra os efeitos das turbulências externas.

 

A MRS é uma empresa que pode ser fortemente impactada pela retração nos negócios dos seus clientes, segundo ele. "Saberemos de forma mais clara o que acontecerá no ano que vem. A partir de novembro começaremos a receber a demanda de 2009", explicou.

 

Para ele, a empresa poderá tomar algumas medidas preventivas, como reenquadramento de alguns planos de investimentos previstos para o próximo ano, além de esperar uma pequena desaceleração no crescimento, que pode passar de 25% ao ano para 15% a 11%.

 

Locomotivas - A ferrovia recebeu ontem o terceiro lote de locomotivas de corrente alternada. As 19 máquinas que desembarcaram no porto do Rio de Janeiro fazem parte dos investimentos para ampliação da capacidade operacional previstos para 2008, cujo foco é suprir a alta demanda, até então, dos clientes. A frota da companhia passou de 325 equipamentos no início da concessão, em 1996, para 613 até agora, sendo que neste ano foram 95 novas unidades incorporadas.

 

Nos nove primeiros meses do ano, a MRS transportou 103,774 milhões de toneladas, volume 12% superior aos 92,723 milhões de toneladas acumuladas no mesmo intervalo de 2007. No entanto, em setembro, mês em que a crise mundial ganhou mias força, a ferrovia carregou 12,403 milhões de toneladas, retração de 5,2% em relação à agosto.

 

No acumulado do ano até setembro, o minério de ferro permaneceu como o carro-chefe da concessionária, com um volume transportado 11,3% acima do mesmo período de 2007. Foram 76,317 milhões de toneladas, contra 68,529 milhões. A matéria-prima representa cerca de 60% dos negócios da MRS.

 

As commodities agrícolas - soja, farelo de soja e milho - apareceram logo atrás do minério de ferro, com 6,801 milhões de toneladas transportadas de janeiro a setembro deste ano, apresentando uma elevação de 72% em relação ao mesmo intervalo de 2007.

 

Os produtos siderúrgicos carregados pela MRS apresentaram retração de 7% no volume transportado nos nove primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2007.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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