Que a área de recursos humanos subiu no conceito corporativo não é novidade. Que nos últimos 20 anos esses profissionais estão sendo mais valorizados, também. Da mesma forma que a área evoluiu, o conceito de que o RH é um departamento dedicado a desenvolver atividades "supérfluas" - como levar a equipe para dar uma volta no parque, saltar de pára-quedas ou passar um tempo de mãos dadas para relaxar durante o expediente - também está mudando.
Com o passar dos anos, as responsabilidades desses profissionais aumentaram e algumas organizações já se conscientizaram de que o capital humano é muito importante para que os objetivos das empresas sejam alcançados e que negócios possam ser ampliados. Mas como o departamento de RH é visto? Será que os profissionais vêem a área como estratégica ou burocrática?
Uma pesquisa inédita, preparada pela Trabalhando.com Brasil, revela que 33% dos entrevistados enxergam o RH como o profissional responsável por contratar e demitir, cuidar dos pagamentos e motivar os funcionários. O estudo, realizado com 600 profissionais das mais variadas áreas, mostra que apesar de todo movimento que está sendo feito, a área de RH ainda não é vista como estratégica. O restante dos entrevistados (67%) já enxerga o RH da forma mais sensata: eles acreditam que além das tarefas burocráticas, esse profissional tem como principal função de implementar ações voltadas a gestão de pessoas de acordo com o negócio da empresa, sua missão e seus valores.
Para o diretor-geral da Trabalhando.com Brasil, Renato Grinberg, dentro e fora das empresas, ainda há percepção de que esses profissionais estão despreparados para o trato com pessoas e para participar de decisões estratégicas. "Infelizmente 1/3 das pessoas ouvidas ainda enxerga o RH como uma área sem muita importância. Esses profissionais são vistos como aqueles que usam o termo "feedback" 24 horas por dia e insistem que no meio de uma crise você ainda deveá parar para ouvir o próximo, ensinar e aprender, promover trocas de experiências e conhecimentos. Enquanto alguns profissionais de RH continuarem agindo como a parte da área de negócios ou que está lá apenas para trabalhar em prol dos funcionários, essa imagem não vai mudar", esclarece.
De acordo com Grinberg, percepção é realidade, portanto, é preciso mudança de atitude. "Pensar é fundamental - e isso é uma expertise do RH -, mas as ações precisam sair do plano imaginário e se transformar em realidade", alerta.
Veículo: Diário do Comércio - MG