Paraná reduz previsão para safra de trigo

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A colheita de trigo atingiu 4% da área plantada no Paraná e há indicativos de que a quebra da safra 2010/11 no Estado será maior do que a prevista inicialmente. Ontem, o Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), revisou novamente para baixo sua estimativa de produção do cereal e avisou que 72% das lavouras ainda estão sob risco climático. No mercado, os preços estão deprimidos e o governo já sabe que será preciso ampliar o apoio à comercialização do cereal.

 

A nova estimativa do Deral projeta a produção paranaense em 2,48 milhões de toneladas de trigo, abaixo das 2,53 milhões previstas em 25 de julho, a estimativa anterior do departamento. Se confirmado, o número significará uma redução de 28% em relação à safra passada, quando o Paraná, líder na produção nacional do cereal, colheu 3,45 milhões de toneladas.

 

Parte dessa retração se deve à redução da area plantada, de 1,17 milhão de hectares para 1,07 milhão nesta temporada, explica a engenheira agrônoma do Deral, Margoreth Demarchi. Mas o maior peso está na produtividade, que deverá recuar 15%, para 2.515 quilos por hectare, de acordo com o departamento.

 

As geadas ocorridas nos dias 27 e 28 de junho nas principais regiões produtoras foram as principais responsáveis pelo desempenho ruim. No entanto, as chuvas que afetam as lavouras desde a semana passada podem também trazer efeitos negativos, diz Margoreth. "Em torno de 72% da área do cereal está entre as fases de desenvolvimento e frutificação, ou seja, sob risco climático. Não é incomum, por exemplo, gear no mês de setembro no Estado", acrescenta a engenheira agrônoma. Sob o ponto de vista de qualidade, ela afirma que ainda não é possível fazer avaliações.

 

Mas já é possível antever a necessidade de intervenção do governo para apoiar a comercialização do cereal neste ano, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). A colheita ainda está incipiente, mas os preços de mercado do trigo tipo pão já estão em R$ 25,79 por saca de 60 quilos, abaixo do preço mínimo estabelecido pelo governo, de R$ 28,20, diz Robson Mafiolletti, assessor técnico da Ocepar.

 

E o Ministério da Agricultura deve de fato intervir. O secretário de Política Agrícola da pasta do Ministério, José Carlos Vaz, disse ao Valor que a ação deve ocorrer em meados de setembro. Nos últimos trinta dias foram realizadas várias reuniões entre a Agricultura e o Ministério da Fazenda para chegar a um acordo em relação à ação do governo. Segundo ele, o mercado está sendo monitorado e a iniciativa pode acontecer a qualquer momento. "Deixamos pronta a regulamentação para intervir no mercado. Agora temos recursos e conseguiremos segurar os preços", afirma Vaz.

 

A Conab intervém no mercado desde a safra 2000/01, com uma "pausa" no ciclo 2006/07. De lá para cá, a companhia já comprou 11,8 milhões de toneladas de trigo. Na safra 2009/10 foram 2,237 milhões de toneladas, quase 40% da produção de 5,8 milhões de toneladas. Em 2010/11 (ou 2009/10, na metodologia do Deral), as compras chegaram a 30% do total.

 

Ontem, o Deral revisou também a safra de milho, mas para cima. O departamento prevê uma produção de 5,5 milhões de toneladas, 19% menor do que as 6,8 milhões de toneladas do ciclo anterior. Houve melhora do desempenho na comparação com o último levantamento, feito em 25 de julho. Naquele momento, o Deral previa produção de 5,19 milhões de toneladas. Até agora, o Paraná colheu 68% da sua área de milho safrinha, percentual que na média das últimas três safras foi de 74%.

 

Veículo: Valor Econômico


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