Agências digitais ampliam oportunidades na publicidade

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Correr por fora da concorrência entre as agências publicitárias é o que tem feito as agências digitais - aquelas que produzem material de divulgação on-line em redes sociais, e-mail marketing e ações via celular - crescer a passos largos no Brasil. Com expectativa de movimentar pelo menos R$ 5 bilhões em 2011, as agências tradicionais de publicidade começam inclusive a mudar de ramo e apostar nesse setor, que cresceu 55% no primeiro semestre, bem acima do crescimento de 8% das agências publicitárias.

 

Exemplo de agência que deixou o ramo da publicidade tradicional e partiu para o setor on-line é a NDE Bussiness. Criada há dez anos no Recife (PE), a empresa se reestruturou, deixou as campanhas publicitárias tradicionais entrou no ramo de agências digitais. "A mudança aconteceu quando percebemos que este tipo de serviço era novo no Brasil e quase zero no nordeste", afirmou Conceição Bittencurt, presidente da empresa.

 

O segmento ainda é novo no País, mas de acordo com dados Associação Brasileira de Agências Digitais (Abradi) movimentou mais de R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre, o que representa uma alta de 55% ante o mesmo período de 2010. Só em 2011 já foram criadas 400 empresas especializada no setor, como a NDE Bussiness. "Mudamos de nome, de escritório, e praticamente começamos do zero", afirmou a executiva, lembrando que para abrir a nova empresa foi investido R$ 1,5 milhão e a expectativa é faturar R$ 15 milhões este ano. "Trouxemos ao nordeste nossa antiga carteira de clientes, que precisavam, mais do que peças publicitárias, ações de marketingon-line, o que nos deu espaço no mercado, e agora atuamos em todo o nordeste", completou.

 

A competição no segmento tem chamado a atenção, pois atualmente o Brasil conta com 2,7 mil agências desse modelo, uma alta de 10% ante 2010. "É um crescimento surpreendente", afirma Cesar Paz, presidente da Abradi.

 

Quem também pegou carona no crescimento do setor de criação de e-mail marketing, e ampliou atuação no Brasil foi a ZipCode, que registrou em 2011 uma alta de 45% do número de clientes; apoiada também em ações de informações para marketing, crédito e cobrança, a expectativa é crescer 20% este ano. Entre os setores que mais estão impulsionando o crescimento do grupo, o serviço ZipOnline, voltado para o mercado de crédito e cobrança, teve incremento de mais de 100% no período e passou a representar 55% da receita da ZipCode. "O sistema é muito utilizado por empresas de cobrança, financeiras, e bancos, entre outras do setor de recuperação de crédito", afirma Arthur Guitarrari, gerente de Marketing & Novos Negócios.

 

Para alcançar um crescimento de 20% este ano, o executivo afirma que o objetivo é continuar expandindo em serviços prestados. "O objetivo é continuar aumentando nossa carteira de clientes nos segmentos de cobrança, telecomunicações, bancos, seguradoras e planos de saúde", conta Gitarrari.

 

Conforme o executivo, hoje a empresa já tem contratos com 90% das empresas de telefonia móvel. "Telecom tem sido um grande parceiro para nossos serviços, e, mesmo sem poder citar nomes por questões contratuais, eles continuam sendo nosso destaque", disse. Recentemente, a ZipCode anunciou sua expansão comercial para oito estados com parceiros aptos a levar suas soluções para ações de marketing direto, crédito, cobrança e antifraude. A companhia ampliou sua atuação nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Roraima.

 

Classe C

 

Entre os públicos mais promissores para o crescimento das agências on-line, a classe C, além da Região Nordeste, como um todo, é um grande foco.

 

Para Maristella Freitas, professora de Perfil Publicitário da Universidade Metodista de São Paulo, as agências digitais precisam focalizar a classe C. "Primeiro porque a classe C hoje já responde por boa parte dos consumidores on-line, e seus integrantes buscam desesperadamente encontrar identificação com as ações digitais que encontram", afirmou.

 

No caso da ZipCode, a aposta na classe C deve-se principalmente ao aumento do crédito e da renda, que geram aumento de demanda na empresa. "Esta classe que está comprando mais casas, carros, celulares, e pratica atividades de lazer e turismo, responde por 50% das compras on-line. O objetivo é concretizar ofertas com o perfil de consumidor", comenta o executivo.

 

Os eventos esportivos previstos para o próximos anos no Brasil também contribuem para o potencial de crescimento da empresa, de acordo com Guitarrari, esse tipo de ação demanda um grande aumento das ações de marketing nas empresas, o que afeta o segmento de e-mail marketing.

 


Veículo: DCI


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