Depois do sorvete, é a vez do suco de uva verde

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Depois de promover no Brasil o exótico picolé da marca Melona, a importadora M-Cross está determinada a disseminar por aqui outro produto da Coreia do Sul: o suco da marca Haitai. Dessa vez o carro-chefe, no lugar do melão, é o sabor uva verde. O suco, que tem pedaços da fruta, compartilha o ponto de partida do picolé verde: as mercearias do bairro japonês Liberdade, em São Paulo.

 

A M-Cross investe no suco para resolver uma questão de sazonalidade do negócio. "No inverno as vendas do Melona diminuem por causa do frio. O suco ajudaria a segurar a ociosidade", diz o gerente administrativo da importadora, Alex Hwang. A meta é que os sucos passem a responder por 50% da receita da M-Cross, tornando a empresa menos dependentes dos sorvetes.

 

A M-Cross começou a importar o suco de uva em abril deste ano em pequenas remessas para sondar o mercado. Depois que o sabor se consolidar, devem entrar em cena também outras frutas, como morango e laranja. Os sucos devem chegar ao consumidor final entre R$ 3 e R$ 3,50, segundo Hwang.

 

Menos perecível e mais fácil de transportar do que o picolé, o suco da Haitai já é trazido ao Brasil por várias importadoras, mas as vendas concentram-se no bairro Liberdade. A M-Cross aposta na rede de distribuição do Melona para levar o produto a mais pontos do estado de São Paulo, além de outras cidades a que o picolé já chega, como Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Maringá.

 

Entre os concorrentes da M-Cross para o suco sul-coreano está a Hanaro, única importadora com a qual ela também divide o mercado do Melona. De acordo com as empresas, no estado de São Paulo as fatias são praticamente iguais. A diferença é que a Hanaro, a primeira a trazer o Melona ao Brasil, em 1998, sempre foi mais contida à colônia japonesa. Tanto que foi o desejo de expansão que levou o irmão mais novo do dono da Hanaro a fundar a M-Cross, em 2007.

 

A Hanaro, entretanto, já estuda uma postura mais agressiva no mercado. "Estamos pensando em ter caminhões próprios para atender regiões mais afastadas", afirma Akio Muramoto, que atua no setor administrativo da distribuidora. Hoje a Hanaro remete apenas 5% do Melona importado para fora de São Paulo, somente para distâncias menores de 400 quilômetros e sem a logística adequada. "Mandamos no gelo seco para alguns clientes que se arriscam", acrescenta Muramoto.

 

Sobre diversificar o portfólio, Muramoto conta que o presidente da empresa está na Coreia do Sul em reunião com os fabricantes em busca de novidades para a temporada de verão. A companhia já se acostumou a driblar o período de inverno com a importação de produtos para serem consumidos quentes, como variedades de chá e macarrão instantâneo. (LS)

 

Veículo: Valor Econômico


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