A Sony, marca japonesa na qual o brasileiro mais confia na hora de comprar TV, som ou DVD, pode perder o reinado em breve para a coreana Samsung, segundo pesquisa feita pelo Ibope, em parceria com a revista "Seleções".
Foram entrevistados 1.500 leitores da revista, metade pertencente à classe B e 92% com ensino médio ou superior completo. A maioria, 55%, mora na região Sudeste. A pesquisa não considera participação de mercado das marcas.
A Samsung empatou com a segunda colocada, a Philips. "Se esse cenário se mantiver, a Samsung pode alcançar a Sony em dois anos", diz a diretora de planejamento do Ibope Inteligência, Inês Siloto.
O diretor de marketing integrado da Samsung, Hamilton Yoshida, atribui a evolução da empresa a um planejamento estratégico, iniciado em 2008, que começou com o treinamento dos vendedores e culminou com uma mudança no tratamento do cliente após a compra.
"Fizemos um trabalho gigantesco nos últimos dois anos de reorganização do pós-venda, em toda a rede de assistência técnica, credenciamento e call center", diz Yoshida. O mercado brasileiro é a prioridade da marca no mundo.
O executivo afirma que a Samsung continua a se movimentar e que tem estudado muito a classe C. A conclusão é que é preciso conquistar essa classe social pela qualidade. "O indivíduo que tem mais dinheiro pode correr o risco de fazer uma compra errada, porque pode comprar de novo. A classe C tem recursos limitados e por isso faz compras inteligentes. É aí que entra a confiança na marca", diz.
A Sony informou não ter porta-voz para comentar a pesquisa.
No segmento de telefonia celular, a Vivo, considerada a marca mais confiável por 35% dos entrevistados em 2008, caiu pouco na pesquisa, para 32% este ano. Mesmo assim, a liderança da operadora está ameaçada e também pode ser superada em dois anos, segundo o Ibope. Isso porque a segunda colocada, Tim, subiu de 26% para 28% no período, chegando perto do topo do pódio.
Nas categorias automóvel, sabonete e companhia aérea, a segunda colocada não chega a ameaçar a líder, mas incomoda, de acordo com o Ibope. Na pesquisa de 2011, Volkswagen, Lux e Gol têm menos de 7 pontos percentuais de diferença para as mais confiáveis: Fiat, Dove e TAM.
Na pesquisa, também chama a atenção a queda de mais de 10 pontos percentuais entre 2008 e 2011 no índice de confiança das líderes Natura, em creme para a pele, e Kellogg's, em cereal matinal.
Este ano, pela primeira vez, o Ibope pesquisou também as diferenças regionais no desempenho das marcas, que se mostraram muito fortes. A Liza, por exemplo, marca mais confiável em óleo comestível para 51% dos moradores do Sudeste, cai para 35% ao se considerar todo o país. O supermercado Bompreço, citado por 26% dos entrevistados do Norte e Nordeste, teve somente 6% das respostas ao se considerar toda a amostra. A Unimed, com 65% do Sul, tem 46% no total.
Entre os segmentos mais competitivos e regionalistas, segundo o Ibope, estão o de supermercados e café. Para a bebida, por exemplo, Melitta e Pilão têm empate técnico desde 2008. A primeira marca é puxada pelo Sul e a segunda por Sudeste e Norte. As duas são seguidas de perto por 3 Corações e Nescafé.
Além das entrevistas por categorias, os entrevistados elegeram a marca mais confiável do Brasil. A Nestlé foi escolhida pelo quarto ano consecutivo, com 20% dos votos.
A Natura foi apontada como empresa de maior responsabilidade social, com 19% das indicações. Em 2010 a marca ultrapassou a Petrobras neste quesito.
Veículo: Valor Econômico