O Carrefour promoveu o fechamento simultâneo de duas unidades, enquadradas no "amplo processo de reestruturação" pelo qual a companhia diz passar no Brasil. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo criticou a ação e aventou a hipótese de que lojas da rede Atacadão viriam a substituir as antigas instalações, uma no Ipiranga e outra no Morumbi, bairros da zona sul da capital paulista.
De acordo com a entidade sindical, 600 funcionários trabalhavam nas duas unidades. O Carrefour garantiu que não demitirá mão de obra, optando por transferi-la a lojas próximas das que foram encerradas. "Essas mudanças na rede estão alinhadas com o redesenho do modelo de negócio", dizia a nota divulgada pela companhia.
Do outro lado da mudança, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo afirmou que está prestando orientação aos funcionários. "Nossa atenção e ação se intensificam em função de como vai ficar a situação desses empregados, até que sejam deslocados para outras lojas", declarou o presidente da entidade, Ricardo Patah.
As unidades que foram fechadas tinham nas proximidades outras lojas da mesma rede. A do Morumbi, que ficava na Avenida Giovanni Gronchi, encontra uma congênere na Rua Alberto Augusto Alves; já a do Ipiranga, localizada na Rua do Manifesto, não distava da que se encontra na Praça Alberto Lion.
O Carrefour atua há 35 anos na cidade de São Paulo, onde conta com 24 unidades Carrefour Hipermercado, três Carrefour Bairro e quatro lojas Atacadão, sendo a última bandeira responsável pela maior parte do faturamento, de acordo com o presidente mundial da companhia francesa, Lars Olofsson.
O fechamento das lojas, no último domingo, aconteceu duas semanas após a visita do executivo ao Brasil. Além disso, precede a divulgação dos resultados financeiros globais da companhia. Esperado pelo mercado, o balanço deve trazer más notícias para os investidores do negócio.
No início deste ano, a central francesa fez projeção de resultados negativos para a atividade comercial da empresa ao longo do primeiro semestre. A divulgação da expectativa veio antes da proposta de fusão feita pelo empresário Abílio Diniz, que desejava unir o Carrefour ao Grupo Pão de Açúcar (GPA).
Veículo: DCI