Brasil compensa perda global do Carrefour e aumento de 7%

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O consumo brasileiro superou em resultados o grupo de países que a rede Carrefour classifica de "mercados em crescimento". Com o sucesso da bandeira Atacadão, que já representa metade da atividade comercial da companhia no País, o Carrefour Brasil faturou três bilhões de euros no segundo trimestre, com alta de 7,1%. Consequentemente, amenizou o prejuízo semestral averiguado pela empresa no resto do globo, de 249 milhões de euros, conforme divulgado ontem.

 

"Nosso desempenho no primeiro semestre foi desapontador", lamentou o presidente da empresa, Lars Olofsson, em coletiva à imprensa internacional. "Algumas de nossas dificuldades são culpa nossa", admitiu. Em junho, o Carrefour havia divulgado projeções negativas acerca do balanço, o que irritou investidores.

 

Na América Latina, houve expansão de 8,1% da atividade comercial. O resultado brasileiro superou os indicadores do grupo de "mercados em crescimento"; dentre China, Turquia e Polônia, por exemplo, registraram aumento de 3,5% das vendas. "O Brasil é um país crucial para nosso crescimento e nosso futuro", declarou Olofsson. Questionado sobre possíveis negócios com a operação brasileira do Carrefour, o executivo voltou a afirmar: "Não está à venda. O assunto está encerrado. O Carrefour não precisa de um parceiro no País".

 

No acumulado do primeiro semestre de 2011, as operações brasileiras apuraram vendas de seis bilhões de euros, uma expansão de 5,7% em termos de lojas comparáveis (unidades que funcionavam no mesmo período de 2010) - nesse quesito, a América Latina teve alta calculada em 7%, influenciada pela Argentina.

 

Bons resultados

 

No Brasil, novamente - como já vem acontecendo há algum tempo -, o destaque foi o Atacadão, um dos maiores negócios da empresa em crescimento no mundo, responsável por 50% das vendas do grupo Carrefour no País. No segundo semestre do ano passado a bandeira já havia apresentado crescimento de 20% da própria atividade comercial.

 

"Houve forte crescimento das vendas na América Latina, sustentadas pelo crescimento do Atacadão no Brasil", dizia ontem um comunicado oficial da companhia francesa. "[A bandeira] contribuiu particularmente para o crescimento no segundo trimestre [de 2011]", afirmava. Olofsson já havia apontado o fato em visita ao Brasil.

 

"O Brasil é crucial para nosso crescimento", reforçou o executivo. "Nós vamos estudar todas as oportunidades para melhorar nossa posição no País", concluiu. Segundo Olofsson, a companhia tem planos de abertura de lojas do Atacadão na Colômbia e na Argentina. "Os mercados emergentes são o principal motor de nosso crescimento", afirmou. No caso do Brasil, outro canal que tem apresentado crescimento é o de comércio on-line.

 

Expansão e fechamentos

 

O Carrefour Brasil decidiu encerrar as operações de cinco lojas no País, priorizando a expansão da rede Atacadão. Foram fechadas duas unidades na capital paulista (Ipiranga e Morumbi), uma em Uberaba (MG), uma em Vitória (ES) e uma em Brasília (DF). A companhia informou que está investindo na reforma de 20 lojas.

 

Com taxas de crescimento melhores, a rede Atacadão tem sido o alvo dos principais investimentos da empresa. Neste ano, o grupo pretende inaugurar 17 unidades. Em São Paulo, segundo o Sindicato dos Comerciários da capital, com a desativação das lojas, a empresa está oferecendo possibilidade de remanejamento a 600 funcionários.

 

Temendo demissões, membros do sindicato se reuniram ontem com representantes da companhia para discutir o caso. Na ocasião, a entidade solicitou uma reunião com o presidente do Carrefour no Brasil, Luiz Fazzio. De acordo com o presidente do sindicato, Ricardo Patah, a expectativa é de que o encontro aconteça ainda esta semana.

 

O Carrefor garantiu que não vai demitir os funcionários das cinco lojas que foram fechadas, optando por transferi-los a unidades próximas, caso queiram. Se eles rejeitarem a proposta, resta sempre a opção de desligamento.

 

Veículo: DCI


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