Câmbio valorizado, carga tributária e falta de concorrência explicam diferenças, segundo economista
O fato de o Brasil ser o quinto maior produtor de bananas do mundo não garante que o produto seja mais barato nas gôndolas dos supermercados locais. Ele pode chegar a ser 80% mais caro do que em Nova York (cujo país, EUA, não tem produção significativa dessa fruta).
O dado consta do levantamento feito pelo professor de economia Alcides Leite ao analisar o quilo da banana-prata, que chega a ser de R$ 5 em terras tupiniquins, enquanto nos EUA é de R$ 2,78.
A pesquisa foi feita com base nos preços de quatro supermercados, dois em São Paulo e dois em Nova York, com dados disponíveis da última terça-feira (30). Foram seis os produtos analisados: quatro frutas in natura, banana, manga, mamão e abacate, e outros dois itens, água de coco e coco ralado.
Com exceção do abacate, os demais podem ser encontrados mais em conta nos EUA do que no Brasil.
Um dos exemplos é a manga do tipo haden, que na gôndola do Pão de Açúcar pode chegar a custar R$ 5,59, mas sai por R$ 5,40 no D'Agostino (veja quadro ao lado).
Câmbio e afins
São três os motivos elencados por Leite para as diferenças. "O primeiro é o câmbio valorizado, seguido pela carga tributária e pela falta de mais concorrência e exigência por parte da população para valores mais baixos", disse.
Ele já realizou outros levantamentos do tipo e constatou que o custo de vida local só não é maior aqui devido a itens como moradia e serviços.
Veículo: Diário do Comércio - SP