Safra menor no país poderá elevar a importação de trigo

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A quebra de safra do trigo e o aumento do consumo podem ampliar tanto as pressões inflacionárias quanto as importações do cereal. A produção de trigo deve alcançar 5,15 milhões de toneladas na temporada 2011/12, 12,5% abaixo da safra 2010/11, quando o país colheu 5,88 milhões de toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados na sexta-feira.

Já o consumo de trigo em 2011/12 deve chegar a 10,4 milhões de toneladas, maior quantidade desde a temporada 2005/06. A produção, por outro lado, se mantém nos mesmos patamares da safra 2008/09, na casa das 5 milhões de toneladas. Com isso, o estoque final de trigo será o mais baixo desde a temporada 2007/08, totalizando 1,4 milhão de toneladas.

A produtividade do trigo, segundo a Conab, deve cair de 2,7 mil quilos por hectare para 2,4 mil quilos por hectare. A área plantada recuou 2,9%, para 2,09 milhões de hectares. A redução na área nesta safra, segundo o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, ocorre devido a problemas climáticos na região Sul, sobretudo a ocorrência de geadas no Paraná, maior Estado produtor do cereal no país.

A Conab também divulgou na sexta a estimativa para a colheita nacional de grãos na safra 2010/2011. O 12º e último levantamento de safra mostra que a produção deve chegar a 162,9 milhões de toneladas, confirmando o recorde histórico previsto pelo governo. O volume total representa aumento de 9,2% em relação à temporada 2009/10, que registrou 149,2 milhões de toneladas de grãos. O resultado final mostra uma produção acima do previsto em agosto, data do penúltimo acompanhamento realizado.

No 11º levantamento, o governo havia calculado a safra 2010/11 em 161,5 milhões de toneladas, prevendo uma quebra maior devido a geadas em várias regiões produtoras do país. O resultado acima do esperado se deve, segundo o Ministério da Agricultura, principalmente às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras.

O crescimento da safra, em relação à penúltima estimativa divulgada em agosto, ocorreu por causa do aumento da área de milho no Nordeste e das áreas de soja subirrigada de Tocantins e de Roraima. Os resultados positivos compensaram a retração do feijão da terceira safra e do milho segunda safra na Bahia, que devido às adversidades climáticas, apresentam perdas importantes.

José Carlos Vaz comemorou a safra com o maior crescimento da história e reiterou a confiança na próxima temporada. "O ciclo 2011/12 deve apresentar boa produção e ajudar a reduzir a pressão dos alimentos na inflação", disse.


Veículo: Valor Econômico


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