Unidade da UFMG monitora alimentos

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Laboratório certifica queijos com leite de cabra e de búfala e pescado de surubi.


O Laboratório de Genética Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveu tecnologia de certificação de alimentos através da análise do DNA. Por enquanto o laboratório trabalha com a certificação dos queijos fabricados com leite de cabra e leite de búfala e também com o pescado de surubi.

A pesquisadora Marcela Gonçalves Drummond, que compõe a equipe do laboratório com os pesquisadores Daniel Carvalho e Bruno Brasil, explica que através da análise de uma seqüência específica do DNA é possível comprovar se o queijo foi produzido com o leite descrito na embalagem (leite de búfala) ou se existe alguma contaminação por leite de vaca.

A demanda surgiu a pedido da Associação Brasileira de Criadores de Búfalo, que criou um selo de qualidade e requisitou o trabalho ao laboratório. As pesquisas feitas pela equipe apontam que até 50% do queijo de leite de búfala encontrado em Belo Horizonte está contaminado por leite bovino, daí a importância do trabalho.

No caso do surubi, a demanda surgiu dentro do próprio laboratório. Primeiro foi feita uma pesquisa nos supermercados de Belo Horizonte e foi constatado que cerca de 80% dos peixes vendidos em pedaços como surubi eram, na verdade, outros peixes de sabor parecido.

Para a pesquisadora, a certificação dos alimentos é uma questão de saúde pública: "Muitas pessoas com alguma restrição alimentar continuam se sentindo mal por não conseguirem um alimento de boa procedência. A autenticidade do produto e a certificação se tornam imprescindíveis nesses casos", explica. Além desses casos a certificação é importante para que tanto os fabricantes como os consumidores paguem pelo que estejam comprando e não sejam enganados.


Técnica - A técnica desenvolvida pelo laboratório pode ser aplicada em qualquer ponto da cadeia produtiva. "Podemos certificar da matéria-prima quando ela chega à industria, por exemplo, até o produto final na gôndola do supermercado. Isso ajuda a garantir a qualidade dos alimentos e também o preço e competição justa entre os fabricantes e proteção do consumidor", explica a pesquisadora.

A certificação também é útil para os setores que não possuem políticas públicas e não possuem normas próprias de qualidade.

A técnica desenvolvida pelos pesquisadores da UFMG é inédita no Brasil e possui poucos estudos parecidos relatados no mundo. A pesquisa é financiada com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Segundo a pesquisadora é difícil mensurar os custos do projeto por ele ser desenvolvido ao mesmo tempo que outros dentro do laboratório, compartilhando equipamentos e reagentes.

Outros alimentos podem vir a ser certificados pelo laboratório com a mesma técnica, que pode ser comercializada por meio da extensão universitária. "Hoje podemos certificar o queijo de búfala e o surubi. Se um produtor de outro alimento tiver interesse que a técnica seja desenvolvida para o seu produto é possível fazer, mas demanda bastante tempo", diz Drummond.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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