Desde que foi adquirida pela gestora de fundos americana Advent, em setembro de 2008, a varejista gaúcha Quero-Quero, com foco em material de construção, móveis e eletrodomésticos, aumentou de 170 para 199 o número de lojas, avançou para além do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e já chegou ao Paraná. Os próximos passos da rede, que prevê receita líquida de R$ 620 milhões em 2011, incluem a entrada nos mercados de São Paulo e do Mato Grosso.
As informações foram dadas ontem por Peter Furukawa, presidente da empresa. Ele fez uma apresentação durante seminário promovido pela seccional sul da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-Sul). Furukawa não comentou as informações após a apresentação.
A receita líquida não inclui os ganhos com serviços financeiros (como crédito direto ao consumidor, empréstimos pessoais, consórcios e seguros), assim como as operações com o cartão de crédito VerdeCard, com uma base de 1,8 milhão de plásticos emitidos e rede própria de captura de transações com 21 mil afiliados.
Conforme Furukawa, os produtos financeiros e os cartões próprios garantem a rentabilidade da empresa, porque sozinhas as "lojas não se rentabilizam".
O executivo confirmou que a gestora pretende vender ou abrir o capital da empresa no futuro, mas afirmou que a apresentação de ontem não era um "road show" para oferecer a varejista ao mercado. De acordo com ele, neste momento a estratégia da Quero-Quero é abrir novas lojas e comprar pequenas operações de varejo, "sem grandes aquisições no curto prazo".
Focada em cidades de pequeno e de médio porte, com até 300 mil habitantes, a rede concentra a maior parte das lojas no Rio Grande do Sul, enquanto em Santa Catarina há cerca de 15 unidades. No Paraná já foram abertas duas filiais, mas a empresa ainda deve reinaugurar outras seis recém-adquiridas e negocia a aquisição de mais oito. "E daqui a pouco vamos para o Mato Grosso e São Paulo. E queremos subir", disse o executivo.
A expansão da Quero-Quero depois da chegada da Advent acelerou-se a partir de agosto de 2010. Desde então, já foram abertas 24 lojas e até o fim do ano serão inauguradas mais 12 no Sul no país.
Veículo: Valor Econômico