Após erguer centro de distribuição em São Paulo, novo aporte será usado para novos produtos e fábrica em Rio Largo (AL)
Discreto e avesso a exposição pública, Massimo Bauducco passa quase despercebido no estande da empresa durante a Anuga - uma das maiores feiras de alimentos do mundo, que acontece esta semana em Colônia, Alemanha. O presidente da companhia que leva seu sobrenome observa o movimento do evento, mas tem papel coadjuvante. O contato com os possíveis clientes ele deixa a cargo de sua equipe de diretores e gerentes.
Ele dedica-se às funções mais estratégicas, como os rumos da companhia. Bauducco revela que vai encerrar este anocominvestimento de R$ 100 milhões. Deste total, 60% foi aplicado em um centro de distribuição de 60 mil metros quadrados localizado em Guarulhos, São Paulo. O restante foi investido no lançamento do rocambole roll e do bolinho duo, tipos de merenda de bolso voltada para o público infantil. “Para 2012 devemos ficar nomesmopatamar de investimento”, diz o empresário. O montante será aplicado no lançamento de uma nova linha de torradas e também na já anunciada fábrica de Rio Largo, em Alagoas, que estava prometida para este ano mas foi postergada. “Priorizamos os outros investimentos”, afirma.
O centro de distribuição de Guarulhos foi uma destas prioridades. A companhia opera em um armazém alugado na cidade, mas resolveu mudar para um prédio próprio. “Vamos ganhar eficiência sendo donos da operação”, diz. O depósito ficará pronto até o final do ano e comportará mais da metade da produção de 200 mil toneladas anuais da companhia, entre biscoitos, panetones e itens de padaria. O restante fica por conta de quatro centros de distribuição localizados em Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador.
Do total produzido pela empresa, 5% destina-se a 40 países. “Este percentual se manteve igual ao ano passado.” Mas esta participação já foi maior. Em 2006, a companhia exportava 15% de seus produtos e na época anunciou a meta de chegar a 30% de mercadorias vendidas no exterior até 2012. “Exportação é um aprendizado, é algo que vai se construindo”, diz o Bauducco.
Exportações prejudicadas
Na Anuga deste ano foi possível sentir o efeito do dólar baixo dos últimos tempos. Para esta edição, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) levou 70 companhias brasileiras, 30 a menos do que na feira anterior, que ocorreu em 2009. As quatro produtoras de leite que participaram do último evento não montaram estande e preferiramintegrar um grupo com outras seis companhias concorrentes para somente visitar o evento. “E 12 produtoras de vinho formaram parcerias com empresas de carne, instalando-se nos estandes delas”, diz Vinicius Estrela, diretor de imagem e acesso a mercados da Apex.
A Anuga reúne em um espaço de 300 mil metros quadrados mais de 6,5 mil expositores de 98 países e atrai aproximadamente 150 mil visitantes. As empresas brasileiras - dos segmentos de carnes bovina, suína e de frango, café, chás, biscoitos, doces, bebidas, sucos, frutas e temperos - ocupam um espaço de 1,4 mil metros quadrados na feira. Mas assim como nos anos anteriores, o destaque é a participação dos chineses. Eles ocupam centenas de pequenos stands espalhados pelos pavilhões. ■ *A repórter viajou a convite da Apex.
Veículo: Brasil Econômico