Empresa tentou experiência com fornecedores nacionais em 2007, mas rendeu-se à qualidade da concorrente
A fabricante de biscoitos Mabel vai iniciar a venda de panetones no Natal de 2012, mas sabe que para ter chance neste mercado precisa de umproduto, no mínimo, parecido com o da Bauducco. E é exatamente isso que ela vai fazer. Vicente Barros, diretor- presidente da companhia, diz ter achado na Anuga — uma das maiores feiras de alimentos que ocorre este ano em Colônia, Alemanha — uma das companhias que forneceram tecnologia para a Bauducco, quando a concorrente começou a fabricar seus primeiros panetones.
Embora Barros não confirme o nome da empresa com a qual está conversando, os comentários pela feira são de que o executivo entrou em contato com a Massi, tradicional fabricante italiana. A Mabel já teve uma experiência com panetones no Natal de 2007. Na ocasião, a companhia colocou nas gôndolas dos supermercados produtos com a sua marca, mas produzido spor indústrias brasileiras. “A experiência deu certo, mas percebemos que para ter um panetone excelente precisamos chegar muito próximos a eles (Bauducco). O panetone que tínhamos foi interessante para colocar no mercado, mas não tivemos um bom produto para competir”, diz Barros.
O executivo espera concluir a negociação com a fabricante de panetone nos próximos meses. Se tudo der certo, a encomenda será de 2 milhões de unidades, o dobro do comercializado no seu teste de vendas de 2007. Porém, mesmo se conseguir vender toda a remessa, a Mabel não vai fazer cócegas na Bauducco cuja produção de panetones chega a 50milhões por Natal, segundo informações de mercado. Depois que aprender como se faz o bolo de frutas cristalizadas com os italianos, a Mabel espera deixar de importá-los para iniciar a produção em uma de suas cinco fábricas no Brasil.
Velho plano
Barros também quer encontrar na Anuga um fabricante que vai realizar o antigo sonho da Mabel de produzir chocolates. “A Anuga é uma oportunidade para encontrarmos parceiros que nos ajude a comercializar estes produtos”, diz. Mesmo se achar o fabricante ideal para seu chocolate, a venda do produto vai ter de esperar até 2013. “Toda a cadeia de distribuição precisa ser refrigerada e para conquistarmos isso precisamos de mais tempo”, afirma o executivo. Nesta área, assim como na de panetones, a Mabel sabe que tem de correr para buscar seu espaço. Afinal, a Bauducco vende chocolates desde 2008, quando formou uma joint- venture com a Hershey's.
Também há novidades para outros produtos da Mabel. Em 2011, a fabricante entrou no mercado de licenciados com a linha infantil do Kung Fu Panda. Em janeiro do ano que vem o famoso urso sai de cena para dar lugar a outro personagem, cujo nome Barros faz mistério. “Todo ano vamos ter uma nova linha licenciada”, diz. A Mabel deve terminar 2011 com um faturamento de R$ 520 milhões, aumento de 8% em relação a 2010. Entretanto, a receita maior se deve ao aumento de preços, já que a produção deste ano será de 120 mil toneladas, a mesma quantidade de 2010. As exportações para 35 países devem ficar no mesmo nível do ano passado, ou seja, uma representatividade de 3% do faturamento.
Veículo: Brasil Econômico