Fiorucci, de "patinho feio" a principal foco da Greenwood

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O grupo Greenwood fabrica cosméticos para grandes empresas, como Hypermarcas, Lojas Renner e 3M. São 16 milhões de potes de cosméticos que deixam a linha de produção da companhia por ano - um portfólio que lhe dá credencial para conquistar outros clientes de peso, mas o que o grupo quer mesmo é ser reconhecido pelo consumidor final. A meta é que, em cinco anos, 80% dos produtos ganhem etiqueta de sua marca própria, a Fiorucci.

Hoje apenas 20% do volume produzido na fábrica de São Roque (SP) leva a marca Fiorucci. Em 2010 ela somou faturamento de R$ 25 milhões e a estimativa é chegar a R$ 30 milhões este ano. A receita da marca ainda é considerada pequena, mas a rentabilidade é alta, segundo Rafael Infantozzi, sócio-diretor da Miraflores - empresa do grupo que distribui Fiorucci.

"Com a terceirização pagamos os custos fixos, mas o lucro líquido quem dá é Fiorucci", diz Infantozzi, que não divulga a receita total do grupo. Além da margem baixa, necessária para concorrer com outros fornecedores, o Greenwood sofre com o rodízio de clientes. O maior impacto ocorreu quando a Nivea construiu fábrica própria no Brasil em 2003, encerrando um contrato de terceirização de 20 anos.

A instabilidade já é parte do cotidiano da empresa. A Hypermarcas deixou de ser a maior cliente depois que várias aquisições tornaram viável produzir mais internamente. Agora o maior volume é destinado à Topz.

O item mais vendido da Fiorucci, responsável por 35% do faturamento, é o sabonete líquido. A maior aposta, entretanto, está em perfumes e colônias, que são mais rentáveis. "Há a lacuna de um público consumidor que ganhou poder aquisitivo e quer um produto melhor, com cara de importado, mas mais acessível", diz o executivo. Para alcançar as classes C e D, o preço máximo é R$ 50.

A perfumaria é o DNA da Fiorucci, criada em 1973 pelo italiano Dario Ceragioli - e que não tem relação com a marca homônima de calças jeans. Apesar da idade avançada, a marca só virou foco da empresa nos últimos cinco anos, depois que a Miraflores perdeu a divisão de importados. O negócio, que incluía os perfumes Gabriela Sabatini e Ferrari, foi abandonado à medida que se tornou pouco lucrativo, abrindo caminho para a marca própria, que cresceu dois dígitos por ano desde 2005. "A Fiorucci era o patinho feio, hoje é a menina dos olhos", diz o sócio.

Para fazer crescer a marca própria, o grupo avança para outros segmentos, com preferência pelos de baixa concorrência. No Natal, entra em xampus masculinos. Para as mulheres, estuda lançar um perfume para cabelos. E também faz pesquisas para abrir, no longo prazo, quiosques em shoppings.

O grupo investe 10% da receita em marketing. Para Norte e Nordeste, principais apostas no momento, o percentual chega a 30%. Além disso, trabalha para convencer o varejo de que é possível lucrar com perfumes nacionais. Em visitas a clientes, Infantozzi leva debaixo do braço a pesquisa da consultoria Euromonitor que aponta o Brasil como o país que mais compra perfumes no mundo - 93% deles, produzidos internamente.


Veículo: Valor Econômico


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