A Rhodia está se estruturando para levar os tecidos inteligentes produzidos no Brasil para o exterior. Segundo afirmou ao Valor o presidente da Rhodia América Latina, Marcos De Marchi, a marca de fios tecnológicos Emana é o foco dessa expansão da multinacional francesa.
"Devemos começar pela Europa, pois os tecidos só são bem aceitos na Ásia depois que já têm história de sucesso no continente europeu", explicou De Marchi. Depois, a empresa partirá para a Ásia e para a América do Norte. O fio de poliamida - que tem propriedades para ativar a circulação e promete combater a celulite - foi colocado em agosto no mercado brasileiro e deve registrar vendas de US$ 10 milhões até o fim do ano.
A estratégia da empresa, segundo o executivo, é desenvolver a marca no exterior utilizando a rede das subsidiárias da Rhodia e exportando técnicos. No passado, o segmento de fios da multinacional saiu do continente europeu, diante da concorrência de empresas estrangeiras. Agora, a ideia é utilizar a antiga base de clientes que a companhia tem na região para retomar negociações.
"Hoje, nossos clientes no Brasil já distribuem nosso produto para quase 30 países", afirmou o executivo. "Agora vamos exportar. Isso é muito importante para divulgar nossa marca lá fora, pois a Europa é a detentora das marcas do setor", completou.
A companhia investiu US$ 10 milhões para ampliar em 25% a capacidade de produção de fios especiais e em 10% a capacidade total de produção de fios e fibras. O executivo acredita que a empresa registrará crescimento de 5% a 10% nos resultados da unidade de negócios têxteis. Em 2010, a GBU Rhodia Fibras - que inclui os negócios de fios industriais - acumulou vendas de US$ 240 milhões, o que corresponde a 18%, dos US$ 1,3 bilhão faturados pela Rhodia Brasil.
Outro foco da multinacional no país é o fio para airbags de veículos que, a partir de 2014, serão obrigatórios em todos os carros produzidos no Brasil. A ideia da Rhodia é já ir desenvolvendo esse mercado, em contato com os possíveis clientes que surgirão a partir da obrigatoriedade. "Vai ter o nascimento da cadeia têxtil de airbags no Brasil. A concorrência será grande, mas nosso fio já está sendo apresentado para o mercado", afirmou o executivo.
A subsidiária brasileira já tem capacidade para iniciar a produção desses fios e, conforme o crescimento da demanda, De Marchi vê a possibilidade de novos investimentos voltados para o setor.
Veículo: Valor Econômico