A colheita do trigo começou no Rio Grande do Sul, último estado a colher no País. O levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a produção nacional está prevista em 5,130 milhões de toneladas, 12,8% menor do que foi colhido na safra anterior, um número que ainda pode variar conforme as condições climáticas até o final da colheita que encerra em novembro.
Em Minas Gerais, a colheita está concluída, com 102 mil toneladas de trigo, sendo 70% produzidos em sistema irrigado (Seapa/MG). Na avaliação do produtor Eduardo Abrahin, vice-presidente da Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais (Atriemg), a média de rendimento das lavouras foi de 90 sacos por hectare -cerca de 5,4 mil quilogramas por hectare (kg/ha)-, um volume 10% menor do que a safra anterior, mas com qualidade 50% superior. "A força de glúten chega a 300, um trigo melhorador que está com toda a safra praticamente vendida entre R$ 540,00 e R$ 600,00 a tonelada", afirma o produtor. Os produtores mineiros, acostumados apenas com o custo da irrigação, neste ano precisaram fazer até três aplicações de fungicida para controlar a mancha amarela. Ainda assim, a avaliação da Atriemg é que a remuneração com o trigo chegue a 70%.
No Distrito Federal e em Goiás o trigo ocupou cerca de 15 mil hectares, em áreas irrigadas com pivô central, uma redução de 20% na área plantada em relação à 2010. A colheita, realizada nos meses de agosto e setembro, resultou em boa produtividade: as melhores lavouras alcançaram em torno de 115 sacas por hectare (sc/ha) com a cultivar BRS 264, em média os rendimentos de grãos ficaram em 90 sc/ha. Ainda assim, segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, Júlio César Albrecht, a produção foi 10% inferior à da safra anterior, principalmente em função das temperaturas mais altas durante todo o ciclo da cultura. O ataque de pragas e doenças não foi significativo, assim muitos produtores conseguiram chegar até o final do ciclo com apenas duas aplicações de fungicidas e duas de inseticida, o que baixou os custos das lavouras. A qualidade industrial também está melhor, com força de glúten de 310. "A maioria das lavouras foi colhida no período seco, sem a ocorrência de chuvas, o que favoreceu a qualidade dos grãos e, consequentemente, favoreceu a comercialização. Os produtores estão vendendo a sua produção entre R$ 37,00 e R$ 42,00 por saco de 60 kg", explica Albrecht.
No Mato Grosso, mesmo com um potencial de 40 mil hectares na triticultura, em 2011 apenas 240 hectares do trigo foram irrigados: os localizados em Lucas do Rio Verde. Segundo a Empaer, o rendimento foi de 60 sacas por hectare, com força de glúten de 315.
Veículo: DCI