Concorrência do Equador afeta as exportações de banana de SC

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A concorrência da banana do Equador no mercado argentino tem reduzido as exportações da fruta catarinense em 2011. Com a queda nas vendas para os mercados da Europa e dos Estados Unidos, o país do presidente Rafael Correa, que é o principal exportador mundial da fruta, tem disputado o mercado sul-americano com o Brasil. A preocupação dos produtores nacionais, agora, é que o Ministério da Agricultura libere a entrada da fruta equatoriana no mercado brasileiro.

Segundo dados do sistema AliceWEB do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), houve uma queda de 9,76% nas exportações de banana de janeiro a setembro de 2011 na comparação com o ano passado. No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, foram vendidos US$ 31,6 milhões da fruta para o exterior.

De acordo com Eliane Cristina Müller, diretora-executiva da Federação das Associações e Cooperativas de Produtores de Banana de Santa Catarina (Febanana), as entidades do segmento têm feito pressão, em Brasília, para barrar a entrada da fruta do Equador no País. O Ministério da Agricultura informa que ainda trabalha na avaliação das condições fitossanitárias da produção equatoriana e que a abertura de mercado depende do resultado desta avaliação, ainda sem data para ser finalizada.

Segundo dados da FAO (braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação) compilados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o Equador produz aproximadamente 7,6 mil toneladas e está entre os cinco maiores produtores mundiais.

Santa Catarina é o maior Estado exportador de bananas do Brasil e o terceiro produtor nacional, com cerca de 680 mil toneladas por ano, em média, segundo dados da Epagri. De acordo com a Febanana, em 2010, a safra brasileira chegou a 139,6 mil toneladas da fruta, e apenas 2% do volume total foi exportado. Em Santa Catarina, a produção foi de a 672,9 mil toneladas e 15% do volume - ou 100,9 mil toneladas - teve os mercados da Argentina e do Uruguai como destinos. O produto é enviado in natura, ainda verde, via rodoviária.

O produtor Waldemir Lange, de Corupá, diz que há três meses não faz vendas para a Argentina. Segundo o bananicultor, até o começo deste ano, o volume de embarques para o país vizinho era de quatro a cinco mil caixas de banana por semana, de um total de seis a sete mil processadas na sua unidade de empacotamento. "Cerca de 70% da produção ia para lá", conta Lange.

De acordo com ele, a dificuldade de vender para o mercado argentino é sentida por outros produtores em Corupá, município que concentra cerca de 22% da produção estadual da fruta. A concorrência com a banana equatoriana, que tem chegado a preços muito competitivos na Argentina, é o principal fator para a dificuldade das vendas, confirma o produtor. Conforme Lange, a fruta do Equador tem uma qualidade superior à produzida em Santa Catarina e o preço praticado tem sido semelhante.

Ontem, o preço do varejo da banana comercial importada no mercado argentino era de 45,81 pesos - cerca de R$ 19,6. De acordo com a Febanana, a caixa com 22 quilos de banana nanica negociada no mercado brasileiro estava cotada de R$ 8,5 a R$ 10.


Veículo: Valor Econômico



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