Os comerciantes da Savassi estão empenhados em arrumar a casa para as comemorações do Natal, na expectativa de que Papai Noel ajude a engordar os caixas das empresas que perderam, em média, 50% do faturamento desde o início das obras de revitalização do local. Eles vão solicitar à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que mantenha as obras em andamento, mas com algumas mudanças que tornem a região mais atraente e confortável para os consumidores.
As propostas foram definidas ontem, durante reunião da qual participaram cerca de 50 comerciantes e moradores ligados ao Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas), Associação dos Lojistas da Savassi (Alsa) e Associação dos Moradores da Savassi e serão entregues ao prefeito da Capital, Marcio Lacerda, durante reunião marcada para o dia 3 de novembro.
A primeira proposta é a retirada do canteiro de obras da avenida Getúlio Vargas, com a transferência do almoxarifado, máquinas e outros objetos para a rua Tomé de Souza, atrás da Escola Estadual Barão do Rio Branco. Eles também querem a abertura da Cristovão Colombo e a liberação do estacionamento rotativo nas ruas onde eles funcionavam antes do início das obras, como Fernandes Tourinho, Alagoas, Getúlio Vargas e outras nas imediações da praça.
Será preciso também aumentar a presença da guarda municipal para dar mais segurança à região e fazer a limpeza de ruas e avenidas, com a retirada de alguns tapumes e cercas para facilitar o trânsito de pedestres. Segundo o presidente do Sindilojas, Nadim Elias Donato Filho, os comerciantes querem deixar a Savassi mais bonita para o Natal e, para isto, eles propõem que os tapumes que precisem ficar sejam decorados por grafiteiros, ou que tragam o desenho das fontes que existirão nos locais. "Precisamos limpar a Savassi e soltar a imaginação", propõe.
O presidente do Sindilojas lembrou que desde o início das obras 300 pessoas perderam seus empregos na Savassi, mas os comerciantes estão dispostos a recontratá-los caso vejam perspectivas de melhorar as vendas no Natal. As demissões, no geral, significaram uma redução de 22% no total de empregos na região. Por isso, segundo Nadim Elias, os lojistas já consideram um ganho se os negócios, em dezembro, voltarem ao patamar que tinham antes do início da reforma.
Um dos comerciantes, Renato Savassi Biagioni, do restaurante La Traviata, pede também "bom senso" por parte da prefeitura e das empresas responsáveis pela obra. Ele aponta, por exemplo, os paralelepípedos que continuam amontoados na avenida Cristovão Colombo mesmo depois de terminado o trabalho no trecho, ou o mau estado de conservação das cercas e tapumes, com acúmulo de terra e poeira.
O que os lojistas querem é manter o ritmo dos trabalhos e, ao mesmo tempo, organizar a Savassi para as vendas de Natal, de maneira a tornar a região mais atraente para os consumidores. ôNós precisamos trazer de volta a clientela para aliviar a situação dos últimos mesesõ, completa a presidente da Alsa, Maria Auxiliadora Teixeira de Souza. A queda no faturamento das empresas varia de 30% a até 80%, sendo mais grave de acordo com a proximidade do local onde estão sendo feitas as maiores intervenções.
Veículo: Diário do Comércio - MG