Em relação ao texto "Importadoras emitem 'meia nota' em feira de artigos populares em SP" (Mercado, 21/10), acredito que houve um equívoco na reportagem. Durante a realização da Feira 1 a 99 Brasil, nos estandes, ocorrem emissões de pedidos, em um processo de compra e venda clássico no atacado. Notas fiscais são emitidas somente quando esses produtos saem dos estoques das empresas vendedoras para serem entregues às empresas compradoras, e isso sempre ocorre após o evento.
A feira é um evento de negócios, voltada a empresários, e a pronta-entrega de produtos é proibida pelo seu regulamento. A reportagem deve ter presenciado a emissão de pedidos ou, eventualmente, o pagamento de um sinal para formalização da compra, pois é só isso o que se realiza entre os expositores.
SANDRA DE ANGELIS, assessora de imprensa da Feira 1 a 99 Brasil (São Paulo, SP)
NOTA DA REDAÇÃO - Leia a seção "Erramos".
MERCADO (21.OUT, PÁG. B4) Diferentemente do informado no texto "Importadoras emitem 'meia nota' em feira de artigos populares em SP", a reportagem presenciou e gravou expositores admitindo que diferenças de preço nos produtos correspondiam a meias notas, e não à emissão dessas notas.
Veículo: Folha de S.Paulo
Matéria Publicada em 21/10
Importadoras emitem 'meia nota' em feira de artigos populares em SP
Na Feira 1 a 99 Brasil, evento voltado à apresentação de novos produtos para o comércio varejista popular, a Folha presenciou que algumas importadoras estavam emitindo "meia nota" aos lojistas. Colocavam na nota fiscal apenas metade do valor pago pelos produtos.
Em uma das importadoras, o valor da nota correspondia a somente um terço do valor real dos artigos. O evento foi promovido no Expo Center Norte (São Paulo), da segunda-feira até ontem. A feira apresentou produtos inusitados, que ajudavam a resolver inúmeros problemas cotidianos, como espremer um limão sem sujar as mãos, abrir um pote de azeitonas e recolher o cocô do cachorro "ecologicamente".
Os produtos curiosos, no entanto, dão impulso a um mercado sério. Segundo Eduardo Todres, criador e diretor da feira, o varejo popular movimentou em 2010 mais de R$ 9 bilhões. O número de lojas com esse perfil no país cresceu 10% no ano passado. A perspectiva para 2011 é mais modesta: "Devido à crise econômica internacional, esperamos um crescimento entre 5% e 6%. Serão aproximadamente 40 mil lojas por todo o Brasil". Dos expositores da feira, 40% são fabricantes nacionais e 60% importadores de produtos, a maioria chineses. A Feira 1 a 99 Brasil foi criada em 2000 e é promovida a cada seis meses.
Todres mencionou à Folha que um dos entraves ao crescimento do mercado varejista popular no país é o alto valor dos impostos na fabricação e na importação de produtos. A direção do evento afirmou não saber da estratégia de alguns estandes de importadoras de aplicar a "meia nota".
Veículo: Folha de S.Paulo