O deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), sócio-majoritário do grupo Mabel, afirmou que existem em vigor nove acordos de confidencialidade com empresas interessadas em comprar a fabricante de biscoitos. "Existem em vigor nove acordos de confidencialidade. A empresa já há muitos anos sofre grande assédio porque sempre esteve em crescimento, tem ótimos produtos e está há 60 anos no mercado. Todo dia tem alguém querendo fazer uma oferta", afirmou. A informação foi antecipada ontem pelo portal Valor.
Entretanto, o deputado negou haver alguma transação já acertada. "Não estamos falando sobre isso porque há muita confusão. É tudo especulação." Ele se referia à informação de que a PepsiCo teria comprado a Mabel por R$ 800 milhões. "É especulação", repetiu. "A Pepsi acompanha a Mabel desde 2003. Já, inclusive, visitamos uma fábrica deles no México". Procurada, a Pepsi informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não fechou negócio com Mabel.
A Mabel foi fundada em 1953 por imigrantes italianos. Inaugurou sua primeira fábrica em 1962, em Ribeirão Preto (SP), e o primeiro parque industrial, em Aparecida de Goiânia (GO), em 1975. Depois, vieram as fábricas do Rio de Janeiro (89); Três Lagoas (MS), em 98; Itaporanga D'Ajuda (SE), em 2000; e Araquari (SC), em 2004.
O forte crescimento no mercado a partir dos anos 90 foi similar à carreira política de seu principal proprietário, Sandro Mabel. Ele foi eleito estadual em Goiás pelo PMDB em 1990 e federal em 1994, 2002, 2006 e 2010.
O biscoito é o carro-chefe da produção da empresa. No entanto, nos últimos anos o grupo apostou na diversificação para atender principalmente a emergente classe C. Em decorrência disso, os salgadinhos tem ganhado importante participação na receita da companhia. Além da PepsiCo, já demonstraram interesse na empresa a Bunge e a Bimbo.
Veículo: Valor Econômico