Dinheiro é o meio preferido na hora de comprar roupa

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Transações em cartão de crédito aparecem em 2º lugar, com 30%, aponta estudo que será divulgado amanhã

Só 27% olham origem do produto na etiqueta, diz levantamento; 44% compram vestuário 1 ou 2 vezes ao mês

Mais da metade dos brasileiros (56%) compra peças de vestuário com dinheiro, e 30%, com cartão de crédito.

É o que mostra estudo da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que vai ser divulgado amanhã.

De acordo com o levantamento, as compras em cartão de débito representam 6%. Carnê de loja e cheque à vista, 1% cada um. E o cheque pré-datado, que já fez muito sucesso no país em época de inflação descontrolada, não pontuou na pesquisa.

O estudo foi feito com 1.900 consumidores de 16 a 65 anos, de todas as faixas de renda, em oito cidades brasileiras -São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife e Salvador.

O levantamento revela ainda que os gastos com vestuário representam, em média, 5,5% das despesas das famílias. E que quase metade dos consumidores (44%) compra roupas uma ou duas vezes por mês.

Além disso, 56% preferem lojas de rua, enquanto os fãs dos shoppings são 37%.
Apenas 15% já adquiriram alguma vez artigos de vestuário e acessórios via internet.
Outro dado é que só 3 em cada 10 compradores (27%) costumam verificar, na etiqueta, se a peça foi produzida no Brasil ou no exterior.

"O hábito de observar a procedência do produto tem a ver com o consumo consciente, em relação à forma de produção e aos materiais utilizados", diz Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit.
"Os consumidores brasileiros, principalmente os que estão entrando agora no mercado de consumo, ainda passam por esse processo educativo", completa.

CARACTERÍSTICAS

O estudo, que poderá ser acessado gratuitamente em www.abit.org.br e www.mdic.gov.br por fabricantes e distribuidores de têxteis e vestuário, além de consumidores, revela ainda que o conforto é o principal atributo de uma peça de roupa para 26% dos entrevistados.

O item preço aparece em seguida, com 23%. Marca tem 9%, e sustentabilidade, 7%.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, a intenção é que esse levantamento seja constantemente atualizado.

"Pelo menos uma vez por ano", afirma Heloisa Menezes, secretária de desenvolvimento da produção do ministério. "O segmento da moda é dinâmico, e o empresariado precisa estar conectado às demandas do consumidor."



Meios de pagamento não devem ser discriminados


"Você pode pagar com cheque para me ajudar?", pergunta a vendedora da loja de bolsas, malas e carteiras.
Ela explica ao consumidor que é recompensada quando consegue efetuar uma venda paga em cheque ou dinheiro.

O motivo de tamanha pressão é óbvio: economizar as taxas que despendem às operadoras de cartão de crédito.

O correto seria que os pagamentos em dinheiro, cheques e cartões de crédito não sofressem nenhuma discriminação. Não é o que ocorre de fato, porém, nas lojas de rua e dos shoppings.

Como deve, então, proceder o cliente? O primeiro passo é defender seu direito: exigir os mesmos descontos concedidos a quem usa o cheque.

Caso disponha desse meio de pagamento e lhe seja oferecido preço menor, negociar uma redução maior do que a proposta, uma vez que você estará atendendo exclusivamente o interesse do lojista e do vendedor, e não o seu.

Os comerciantes deveriam se lembrar de que os cartões de crédito evitam o manuseio e o armazenamento de dinheiro e de cheques, além de permitir uma flexibilidade maior na data de pagamento.

Afinal, muitas pessoas necessitam de alguns dias ou semanas até receber os rendimentos para fazer compras.
Essa é uma queda de braço que se acentuou com a drástica redução da inflação após o Plano Real. E que também se reforça em razão do crescimento da economia nos últimos anos.

Se houver queda mais expressiva das vendas, os lojistas serão os primeiros a aceitar cartões de crédito.
Até porque os cheques são tarifados, dependendo do tipo de conta-corrente. Nada é simples nas relações de consumo em um país em que há leis que pegam e outras que não pegam.

Sem contar que os clientes sempre têm a possibilidade de trocar de loja, caso não aceitem a forma de pagamento que eles prefiram.


Veículo: Folha de S.Paulo


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