A indústria têxtil nacional registrou queda de 14,5% nos negócios até setembro
A crise financeira na Europa preocupa o setor têxtil no Brasil. O cenário econômico adverso poderá resultar no acirramento das importações chinesas para o país, alerta o presidente da Cedro Têxtil e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho.
De acordo com ele, a Europa não é um grande produtor têxtil e o mercado é suprido pela China, bem como os Estados Unidos. Desta forma, uma retração no consumo nestes mercados levará os chineses a procurarem novos destinos para seus produtos.
Diniz Filho lembrou que a América do Sul ainda não foi efetivamente impactada pela crise e os mercados emergentes deverão ser os destinos dos produtos chineses. Este cenário intensificaria a disputa desleal entre a China e o setor têxtil no país.
No Brasil os concorrentes asiáticos encontram vantagens competitivas devido ao real valorizado e o elevado custo de produção no país. O país asiático já responde por 60% das importações têxteis brasileiras, que cresceram 43% entre janeiro e setembro na comparação com o mesmo intervalo de 2010. O mercado brasileiro é suprido em boa parte por produtos importados.
Recuo - A indústria têxtil registrou queda de 14,5% nos negócios até setembro, ante o mesmo intervalo do ano passado. A indústria do vestuário verificou retração de 3% na mesma base de comparação. Já o varejo de produtos têxteis apresentou elevação de 6% no acumulado dos primeiros nove meses.
Além do temor com o mercado internacional, as indústrias estão registrando um arrefecimento da demanda interna. Em setembro e outubro o setor tradicionalmente registra os melhores resultados em virtude dos pedidos para atender à demanda do Natal. Mas em 2011, segundo Diniz Filho, estes meses não foram bons.
Minas é o segundo Estado no ranking da indústria têxtil e de confecção do país, que em 2010 faturou US$ 60,5 bilhões, de acordo com a Abit. Entretanto, a balança comercial do setor, no ano passado, ficou negativa em US$ 3,53 bilhões. As exportações somaram US$ 1,44 bilhão contra importações de US$ 4,97 bilhões. (RT)
Veículo: Diário do Comércio - MG