Pandurata, Village e Arcor projetam crescimento de 10% das vendas de panetones em 2011 em relação ao ano passado. Os fabricantes apostam em produtos de maior valor agregado e na exploração dos mercados do norte e nordeste brasileiro para ampliar a comercialização do bolo natalino. A penetração do produto no Brasil cresceu dez pontos percentuais, de 2008 a 2010, chegando a 56% dos lares.

Líder no mercado brasileiro, com 60% do market share, segundo dados do instituto Nielsen, a Pandurata produzirá este ano 64 milhões de unidades de panetones. Trata-se da maior fornada da companhia desde 1952, quando a dona das marcas Bauducco, Visconti e Tommy trouxe o produto ao Brasil. O faturamento na categoria deverá ser 18% maior do que em 2010, "principalmente em função do maior poder de compra da classe C", avalia a empresa.

O carro chefe continua sendo os produtos da marca Bauducco, que detém sozinha 44% de participação no mercado em valor. De um portfólio de 33 itens voltados para as festas de fim de ano, o panetone de frutas ainda é o mais procurado, com 59% da preferência dos consumidores. Porém, apostando no crescimento do produto feito com chocolate, a Bauducco traz este ano o Chocottone Trufa. A empresa deve investir R$ 28 milhões em ações de marketing nesta campanha, 10% a mais que no ano anterior. A Cepam, fabricante dos panetones Village, não fala em números absolutos, mas também estima em 10% o incremento das vendas e em 5% o aumento de seu faturamento geral em 2011. "Aumentamos nossa distribuição no País e teremos produção maior e novos produtos", justifica o gerente comercial da empresa, Reinaldo Bertagnon, que afirma que a empresa é hoje a segunda do Brasil no segmento.

Entre as novidades, a Village traz o panetone de frutas de 400 gramas, voltado para os mercados da Região Norte e Nordeste. "Esse panetone tem um preço mais competitivo, para que consumidores daquelas regiões possam criar o hábito", afirma o gerente. Atualmente, 70% das vendas de panetones da Village estão concentradas nas Regiões Sul e Sudeste. No mercado em geral, essa concentração era de 60% em 2009, segundo a Nielsen.

Na próxima semana, a Village espera iniciar as atividades em sua nova fábrica de biscoitos wafer, com capacidade de produção de 120 toneladas. Segundo Bertagnon, a empresa teve um crescimento de mais de 15% em suas exportações no ano, entre panetones e produtos da linha regular, com países da América Latina como principais compradores.

Já a argentina Arcor, que detém 4% do mercado nacional, com as marcas Triunfo, Arcor, Aymoré e Noel, espera atingir um faturamento de R$ 20 milhões nessa campanha, representando 5% da receita anual da empresa, também com um crescimento de 10% nas vendas. "Nossa principal aposta para este ano são os itens de 700 gramas e os de maior valor agregado, que são os licenciados (Garfield e Mickey Vintage) e latas dos clubes de futebol paulistanos, inéditas no mercado de panetone", informa a empresa.


Veículo: DCI