Vestuário e têxtil temem a concorrência do importado

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Com uma queda anual acumulada de 16,6% na produção de artigos têxteis, entre janeiro e setembro, e de 2,36% na de vestuário, a indústria do setor prevê este ano um Natal mais magro do que o de 2010. Para Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), os produtos importados deverão assumir um percentual significativo das vendas do varejo no período.

Segundo a Abit, as vendas do varejo no segmento têxtil de janeiro a setembro tiveram um incremento de 5,93% em volume e de 13,95% em receita no mesmo período. "A indústria têxtil brasileira está preocupada, porque o varejo terá um bom desempenho em vendas e não será abastecido por ela", disse.

De acordo com Diniz, a entrada de itens confeccionados cresceu 43% de janeiro a setembro. O presidente da entidade reforça que não haverá contratação de temporários pela indústria do setor para suprir a produção no período.

No acumulado de janeiro a setembro, o setor gerou 17 mil postos de trabalho, volume aquém dos 74 mil no mesmo período de 2010. Segundo Diniz, nos dois últimos meses o resultado deve ter ficado em déficit.

O vice-presidente da indústria de cama, mesa e banho da Teka, de Blumenau, Marcello Stewers, reforça que o cenário não é positivo para o setor. Mas, diante do fraco desempenho no terceiro trimestre do ano, a companhia comemora um crescimento expressivo nos pedidos de outubro e novembro.

"O ano não será bom, mas outubro e novembro estão totalmente tomados", diz Stewers. Segundo o vice-presidente, a companhia trabalhava com níveis ociosos em função da retração do mercado ao repasse de preços do algodão, que pressionou a produção no começo do ano. Stewers diz que ainda é cedo para definir o comportamento de dezembro, mas garante que o Natal não será em um patamar acima de 2010 para a indústria.

Para Sonia Hess, presidente da fabricante de camisas Dudalina, também de Blumenau, o Natal será positivo, porque a empresa investiu na ampliação do mix de produtos, com entrada no segmento feminino, e ampliação da rede de lojas. "Para nós, o fim do ano será melhor que 2010 em cerca de 30%", disse.


Veículo: Valor Econômico


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