Depois de um ano turbulento, em meio a possíveis aquisições e reflexos da criação da Globex, o Grupo Pão de Açúcar registrou queda de 1,5%, no lucro consolidado do terceiro trimestre ante ao ano passado. O número, no entanto, não desanima o vice-presidente do grupo Hugo Bethlem, que prevê um final de ano superior ao registrado em 2010.
"Em termos de resultados recorrentes, nós esperamos para o final deste ano resultados mais animadores do que os do ano passado", explicou.
Para ele, o resultado da empresa não foi ruim, mesmo que os números provem o contrário. "Tivemos uma piora relativa no lucro contábil e uma melhora no lucro ajustado. Como a taxa Selic subiu muito, deu impacto na despesa financeira, essa despesa é que iguala os números aos do ano passado, já que uma queda de 1,5% no lucro líquido comparada a um aumento de 2,5% no lucro ajustável não pode ser considerada piora", argumenta. Além da taxa, outro motivo que Bethlem acredita ser crucial para se medir o desempenho são os reflexos da criação da Globex, que integrou ao grupo o Ponto Frio e as Casas Bahia "Não se pode comparar um ano ao outro, já que no ano passado a Globex não tinha as Casas Bahia, e nesse ano ela tem", afirmou.
Para o executivo do Grupo Pão de Açúcar, as turbulências internas no grupo, que se divide mediante a uma possível aquisição do Carrefour não influiu nos resultados. "Não existiu instabilidade ou distração quanto à questão de relacionamento dos sócios por causa do disso", explicou Hugo Bethlem.
Investimentos
De acordo com os números da empresa, divulgados na última sexta-feira para analistas o grupo deve fechar 2011 com investimentos entre 1,2 bilhão e 1,3 bilhão de reais, concentrados principalmente em conversão, abertura e reforma de lojas "Os investimentos foram feitos em R$ 1,2 bilhão e R$ 1,3 bilhão e o planejado é continuar nesses valores".
O montante, entretanto, ficará abaixo do teto fixado pela varejista em fevereiro, quando a previsão era de que os investimentos chegassem a até R$ 1,41 bilhão ao longo deste ano. Em 2010, o grupo desembolsou R$ 1,19 bilhão.
Veículo: DCI