Colombo encerra plano de enxugamento para aumentar margem

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Ao mesmo tempo em que executivos e empresários do varejo consideram iminente a venda da Lojas Colombo, a empresa gaúcha promete retomar a expansão da rede em 2012, depois de um período de três anos seguidos de enxugamento. A varejista planeja encerrar 2012 com dez a 15 lojas a mais do que terá no fim deste ano. Os novos pontos serão concentrados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O presidente Adelino Colombo nega, em nota, a intenção de vender o controle da empresa: "Boatos como esse, de uma possível venda da Lojas Colombo, são recorrentes e no decorrer dos anos têm demonstrado sua completa falta de fundamento".

O diretor de vendas e marketing da Colombo, Thiago Baisch, diz que o enxugamento dos últimos anos teve como objetivo elevar a rentabilidade da varejista especializada em eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis. Desde o fim de 2008 até o fim deste ano, o número de lojas vai cair do pico de 361 para 320, uma retração de quase 12% rede, que opera nos três Estados da região Sul, além de Minas Gerais e interior de São Paulo.

De 2008 até o fim de 2010, enquanto o número de lojas já havia recuado quase 9%, para 331 unidades, a receita líquida da Colombo cresceu 26,6%, para R$ 1,22 bilhão. O lucro líquido caiu de R$ 103,4 milhões para R$ 11,4 milhões. Para 2011, Baisch prevê resultado "muito maior" do que a margem líquida inferior a 1% obtida em 2010.

Neste ano lojas foram fechadas por mostrarem resultados abaixo do esperado ou devido a reajustes muito altos nos dos aluguéis dos imóveis. "O mercado imobiliário aqueceu muito e em alguns casos os proprietários queriam aumentos de 50% a 100%", diz Baisch. As lojas de rua respondem por dois terços das vendas da Colombo.

Segundo o diretor, no acumulado dos dez primeiros meses as vendas subiram 10% em comparação com o mesmo período de 2010. No início do ano a previsão da varejista era crescer 15% sobre o exercício passado, que já havia sido 18,2% maior do que 2009, embalado pela demanda por TVs em função da Copa do Mundo de futebol.

Outubro, sozinho, teve expansão de 12% sobre igual período de 2010, mas Baisch considera "desafiador" manter o ritmo nos dois últimos meses devido à alta base de comparação do fim de 2010. Mesmo assim, ele espera um crescimento nessa linha para as vendas de Natal em relação a 2010, com destaque para TVs e tablets.

Sem revelar percentuais, Baisch diz que a taxa de inadimplência "cresceu um pouco" nos últimos 12 meses. Apesar disso, a Colombo não mudou a política de aprovação de crédito para não perder clientes e manteve estáveis os juros cobrados ao longo de todo o ano. Agora, se a Selic continuar em queda por mais alguns meses, a Colombo também poderá reduzir as taxas do crediário.

Outra aposta da empresa está nas vendas pela internet. Neste ano elas deverão responder por 18% da receita, ante 13% em 2010, e podem chegar a 30% em três ou quatro anos. "Talvez esse seja o ponto de equilíbrio", afirma o executivo. De acordo com ele, eletrodomésticos da linha branca (fogões e geladeiras) lideram os negócios pela internet, mas televisores e artigo de informática também vêm crescendo com força.

Para dar suporte à expansão dos negócios on-line, a Colombo tem três centros de distribuição, em Porto Alegre, Curitiba e Sumaré (SP), e uma frota própria de 200 caminhões, que operam nas regiões Sul e Sudeste. Nas capitais, as entregas podem ser feitas em menos de 24 horas. Já nas regiões Norte e Nordeste, onde o transporte é terceirizado, o prazo pode chegar a cinco dias. Segundo Baisch, as vendas pela internet apresentam tíquete médio de R$ 800 a R$ 850, ante R$ 1 mil a R$ 1,2 mil nas lojas de shopping e R$ 500 nas unidades de rua.


Veículo: Valor Econômico


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